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Em 2020 as pessoas não irão usar mais aplicativos

Uma plataforma que funcionará como uma interface de inteligência, será o jeito mais fácil de interagir com qualquer sistema, através da fala


13 de março de 2016 - 9h20

Outro dia, alguns amigos do trabalho estavam mandando por whats app uma brincadeira com a Siri, a assistente pessoal do sistema iOS. A brincadeira era pedir para ela fazer um beat box.

Um dos criadores da Siri, Dag Kittlaus, durante a palestra Will AI Augment or Destroy Humanity? dizia que criar uma personalidade para a Siri foi bastante discutido durante o projeto. Além de perguntas práticas como: qual restaurante mais próximo?, as pessoas queriam fazer perguntas pessoais como: qual sua cor favorita?. Na visão dele, se você cria uma conexão emocional com a assistente pessoal o impacto é muito maior e quanto mais a Siri responder esse tipo de pergunta pessoal, mais você vai querer interagir com ela.

O exemplo que aconteceu na semana passada com a Siri fazendo um beatbox é o reflexo dessa descrição do Dag Kittlaus. Qual a utilidade pratica em ter uma assistente pessoal fazendo beat box? Talvez nenhuma, mas é um dos sinais que mostra como será nossa interação com as plataformas daqui pra frente.

Segundo Kittlaus, falar com uma plataforma é 7 x mais rápido que digitar. E agora, o mesmo criador da Siri é o CEO e Co-Founder do Viv, The Global Brain. Imagina algo que irá radicalmente simplificar o mundo oferecendo uma camada de inteligência sobre tudo que acessamos?

Uma plataforma que funcionará como uma interface de inteligência. Será o jeito mais fácil de interagir com qualquer sistema, através da fala. Apenas fazendo uma pergunta. A visão do fundador é que você possa falar normalmente, sem pensar em como fazer a pergunta. E quando você vir o ícone Viv significará que você poderá falar com aquela plataforma.

Viv irá conectar diferentes fontes de informação ou diferentes conceitos para trazer a melhor resposta. Pode por exemplo conectar tempo com localização. Você poderá perguntar: se hoje chover qual o restaurante japonês mais próximo da casa do meu irmão?

Ao final da palestra perguntaram para ele se o sistema pensa? E a resposta foi: o que é pensar? Como tudo aqui em SXSW, temos mais perguntas do que respostas, e essa é a parte mais divertida.

Quando você interage com uma assistente pessoal existe muita matemática por trás e reconhecimento de padrões, quanto mais você utiliza, melhor fica. Mas o sistema ainda não entendo o contexto geral da sua pergunta.

A evolução de como interagimos e consumimos informação vem mudando muito rápido. Em 2010 a revista Wired fez uma capa com o título de “the web is dead”. Claro que não estavam falando da internet, estavam falando que o www estava morto, que a forma de consumir o conteúdo não seria acessando um endereço www, mas sim recebendo conteúdo e interagindo através de um app.

Recentemente o Gartner lançou uma série de tendências e prevê que em 2020, ao invés de usarmos os apps teremos toda a interação realizada através de um assistente virtual, como a Siri.

“Em 2020, as pessoas não irão usar aplicativos em seus aparelhos. Na realidade, os apps estarão esquecidos. As pessoas vão contar com os assistentes virtuais pra tudo. A era pós-app está vindo”.

Você pode ler mais sobre esse relatório por aqui.

Não vou entrar na discussão de como a inteligência artificial poderá impactar negativamente nossas vidas. Na visão de um outro fundador do Viv “I do think there will be shifts, but I don’t think we’ll be sitting on the couch, letting the robots run our lives. Humans will adapt.”

E as marcas? Como irão evoluir para melhorar sua relação com as pessoas nesse novo ambiente? Como irão criar estratégias para trazerem impactos positivos nas nossas vidas?

Carolina Baracat é diretora de marketing do Spotify na América Latina

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