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A inteligência artificial vai redefinir o storytelling

O SXSW será menos sobre diretores falando sobre seu trabalho, e mais sobre os rumos que os roteiros e filmes estão tomando


8 de março de 2017 - 18h22

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Em edições anteriores do SXSW, inteligência artificial e realidade virtual eram coisas do futuro, mas, em 2017, há uma grande expectativa para ver como essas variáveis funcionarão na prática para o storytelling.

Profissionais que contam histórias, sejam diretores, publicitários, roteiristas, ou qualquer outro perfil, estão empolgados em ir para Austin (TX) e entender como a tecnologia e a automatização podem ajudá-los a fazer storytelling de maneiras inovadoras e que gerem maior atenção e engajamento em meio à explosão de conteúdo.

No meu caso, que sou um diretor de cena, a ideia no SXSW é menos ouvir grandes diretores falando sobre o seu trabalho, e mais entender que direção os filmes estão tomando por causa da tecnologia.

Inteligência artificial

Precisamos entender como a inteligência artificial vai impactar o storytelling. Um exemplo: caminhamos para ter câmeras que conseguem enxergar a feição do rosto das pessoas enquanto assistem a determinado conteúdo. Conforme o tipo de emoção que o filme proporciona, é possível soltar uma história específica para quem está rindo, e outra para quem está apático.

Esse tipo de possibilidade muda a forma como se pensa a amarração de histórias entre roteiro, filmagem e edição. Os profissionais precisarão saber desmembrar temas e contar meios e finais diferentes das histórias para cada perfil de pessoa. Quem se interessa por isso não pode perder a palestra “The future of Emotional Machines”, de Richard Yonck, sócio da Intelligent Future Consulting.

Realidade virtual e 360

Espero ver nesse ano projetos mais apurados de realidade virtual e 360 que, em anos anteriores, eram vistos como um grande parque de diversões. Primeiro, pensava-se em fazer algo com a tecnologia, e depois, criava-se um roteiro. Agora, precisamos entender primeiro como desenhar as histórias que se adequam a essas tecnologias. Não podemos fazer 360 só porque é 360, mas sim entender como aquilo se aplica ao filme. Por exemplo: compreender se, em nosso roteiro, faz sentido a pessoa olhar para o lado num equipamento VR para entender uma parte da história.

Volume de entrega

O SXSW deve trazer algumas respostas para o dilema das produtoras publicitárias, que estão precisando fazer menos produções grandiosas, mas com volume maior de entrega. Ao invés de se investir, por exemplo, R$ 2 milhões em um filme, a mesma verba está indo para se fazer 12 filmes.

Muitos diretores têm dificuldades sob esse novo cenário, que representa uma nova forma de fazer storytelling, com produções menos imponentes, equipes mais enxutas e formadas por profissionais flexíveis e multifuncionais. É preciso prender a atenção rapidamente de quem assiste, focar nos personagens que irão contar as histórias e com isso a escolha do elenco, seja ele real ou artístico, continua sendo fundamental. Com certeza, veremos muito sobre essa nova dinâmica de produção no SXSW.

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