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A imagem que o Brasil leva ao SXSW 2017

Inovação, diversidade, criatividade e protagonismo regional são temas na pauta da maior delegação brasileira que o festival já recebeu

Luiz Gustavo Pacete
9 de março de 2017 - 16h03

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Frame do vídeo de imersão exibido na entrada do Museu do Amanhã e que será levado ao SXSW

Nada de futebol, praia e outros clichês. O Brasil deve e pode ser conhecido por sua inventividade, capacidade de inovação e criatividade voltada aos negócios. A premissa é de Fernando Meirelles, diretor da O2 Filmes e curador de uma das principais ativações relacionados ao Brasil na 31ª edição do South By Southwest, o domo de experiência imersiva em 360º #BeBrasil idealizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A direção dos vídeos que serão exibidos é de Ricardo Laganaro juntamente com Alessandra Pellegrino e a produtora Janaina Augustin.

Apesar da preocupação de Meirelles, lugar comum sobre o Brasil não se sustenta em Austin, cidade do Texas onde o SXSW ocorre desde 1987. Principalmente no ano em que o país terá a maior delegação em uma perspectiva histórica disputando o primeiro lugar com o Reino Unido. Até a última quarta-feira, 8, já eram 1035 brasileiros inscritos. No ano passado, o Brasil foi a sexta maior delegação internacional com um total de 601 participantes atrás de Austrália, Japão, Canadá, Alemanha e Reino Unido. Para atrair mais brasileiros, ações pontuais coordenadas pela organização do SXSW são feitas desde o ano passado.

Além do Brasil descrito por Meirelles, neste ano, a presença do nosso mercado é ainda mais robusta em termos de negócios. A Apex leva sua maior delegação desde que começou a participar do evento, em 2014, com 62 empresas de várias áreas e uma agenda de negócios intensa. “Além de o SXSW ser uma plataforma de promoção de imagem e reunir players importantes que atuam na economia criativa, os EUA têm se destacado como mercado com oportunidades para serviços ligados ao audiovisual e artes contemporâneas”, diz Christiano Braga, gerente de exportação da Apex.

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No ano passado, o Brasil teve a sexta maior delegação internacional com um total de 601 participantes atrás de Austrália, Japão, Canadá, Alemanha e Reino Unido

Segundo a publicitária Luciana Bazanella, que já foi cinco vezes ao festival, a presença dos brasileiros começou a ganhar relevância no SXSW em 2014. “É um evento que traz a convergência como nenhum outro, além de ser informal, irreverente e criativo: tudo a ver com o nosso mercado e estilo”, diz Luciana. Para ela, o SXSW tornou-se parada obrigatória também para o mercado publicitário. “Virou uma agenda importante e um momento esperado por muitos profissionais”, diz Luciana.

Na área audiovisual também há novidades. Pela primeira vez, o “Brazilian Directors Showcase”, encontro de produtores brasileiros com potenciais clientes internacionais, será promovido pela FilmBrazil no SXSW. O evento reúne diretores e representantes de 11 produtoras nacionais que terão a oportunidade de apresentar seus trabalhos ao mercado internacional. “Dos quatro anos em que estivemos presentes, as reuniões eram difíceis de se realizar, muitos publicitários se diziam interessados e cancelavam. Entendemos que o foco deles era muito mais de ver coisas novas do que propriamente fazer negócios”, diz Marianna Souza, gerente executiva da FilmBrazil. Ainda de acordo com Marianna, o mercado americano é o mais importante para o setor audiovisual do Brasil responsável por 30% das exportações seguido por Reino Unido que representa 15%.

SXSW em números: Em 2016, o Conference & Festivals teve 37.660 participantes, 3.093 palestrantes e 3.493 jornalistas somando um total de US$ 223 milhões em mídia. O Music reuniu 31.322 pessoas, entre público e artistas, de 84 países. Já Film atraiu cerca 20.404 mil pessoas, entre público e palestrantes, de 71 países. O impacto econômico do evento na economia de Austin foi de US$ 325,3 milhões.

 

Outro tema de destaque em relação ao Brasil é a educação. O Centro Universitário Belas Artes de São Paulo estará presente no evento representada por Alexandre Kuroda, arquiteto e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo com o painel “From Mud Cracks to Buildings: Endemic Interstices.” Kuroda falará sobre processos computacionais na elaboração de modelos de arquitetura. “As ferramentas computacionais abrem um mundo de possibilidades em arquitetura e design”, afirma Kuroda. As startups brasileiras e o potencial regional de inovação do Brasil também serão tema de discussão em um dos painéis que ressalta os hubs de startups que existem na América Latina. Representando o país estará o pessoal da Semente Negócios acompanhados de startups da Colômbia e México.

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Caio Baptista Antonio, community manager da Mutato

Além da presença na área de negócios, o Brasil leva ao SXSW cases de ações relacionadas à diversidade. Em junho do ano passado, durante o Dia Internacional do Orgulho LGBT, a Avon lançou uma campanha tendo como embaixadores a cantora Liniker, a youtuber Jessica Tauane e outras figuras. Além da Avon, o painel terá a presença da agência Mutato, do coletivo Think Eva e de Jéssica para falar do tema. Para Caio Baptista Antonio, community manager da Mutato, uma das principais mensagens a serem passadas ao SXSW é a interação entre cliente, organização e agência na criação de campanhas com esse perfil. “O trabalho em conjunto de tantos players fez com que conseguíssemos transformar em um case que agora será destacado no SXSW”, diz Baptista. “O SXSW deste ano também será pautado pelo que está acontecendo nos EUA com o Trump e a ascensão do conservadorismo, isso reforça nossa intenção de discutir um tema muito ligado a questão de gênero”, diz Rafaella Gobara, diretora de estratégias digitais da Avon.

América Latina na veia

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Wagner Moura no papel de Pablo Escobar em Narcos, da Netflix

Wagner Moura e Alice Braga vão protagonizar um debate que vai dimensionar a presença de latino-americanos em Hollywood em um momento em que o tema da imigração é cada vez mais foco de notícias nos EUA sob o governo Donald Trump. Alice Braga estreou no ano passado a série “A Rainha do Sul” inspirada em uma versão produzida originalmente no México. Já Wagner Moura, ganhou destaque por sua atuação como Pablo Escobar em Narcos, série da Netflix que já está em sua segunda temporada.

Alguns dos vídeos brasileiros que serão exibidos no domo #BeBrasil:

 

 

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