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Adaptar é evoluir

Adaptação é a palavra de ordem pra viver no mundo de hoje


12 de março de 2017 - 12h37

renata_davilaDepois de um primeiro dia de espanto com o tamanho que o festival está (estive aqui em 2014 e 2015), muitas filas, e algumas palestras perdidas, consegui encontrar um ritmo pro dia dois, adaptando minha pré-seleção de palestras.

O dia começou com um papo entre Beth Comstock (GE) e Steve Case (former AOL), sobre a Terceira onda da internet, seus impactos e mudanças. Diversos conceitos interessantes apareceram na conversa, mas três em especial vale destacar:

–       “Not internet of things, but internet of everything” – tudo vai estar conectado e produzindo data, e isso tem impacto direto na produtividade e eficiência. As empresas vão ter que se organizar ao redor dessa produção de dados, viver no feedback loop, e em constante adaptação.
–       Colaboração e parcerias são o nome do novo jogo – estamos voltando aos valores da primeira onda da internet, onde parcerias eram essenciais pra fazer as coisas acontecerem. Segundo eles, a chave para esse novo momento é combinar a imaginação dos empreendedores, com a escala e capacidade de gerenciamento das grandes empresas. De novo, um processo de adaptação de ambos os lados, de abrir espaço para novos mindsets e playbooks. Ah, e inclua nessa colaboração a diversidade de gêneros, geografias, raças, etc. O potencial de inovação ao abrirmos esse espaço ainda é desconhecido, mas claramente é fundamental irmos além do Vale do Silício.
–       A nova norma é o CAOS – eles não deram esperança de que caminhamos para soluções ou formas fechadas. Caos é a nova ordem para operarmos no mundo, e por mais assustador que possa parecer, não temos opção a não ser nos tormamos mais adaptáveis, e acompanharmos isso.

No fim do dia um painel discutiu as fronteiras entre Inteligência Artificial e Humana, onde uma potencializa a outra ou a diminui/substitui. É óbvio que nosso cérebro vai perdendo o que eles chamaram de intuição para alguns assuntos que foram substituídos de forma melhor pela tecnologia, como cálculos, localização/navegação, etc. Difícil dizer se isso é bom ou ruim, de novo, é sobre adaptação.

Nos adaptamos ao que é melhor e faz mais sentido para determinada tarefa. Todo ganho, tem uma perda, fazemos escolhas e trade offs. Mas também ficou a provocação de que talvez estejamos investindo muito mais em IA, do que em entender e desenvolver o nosso próprio cérebro. Sem olharmos para nossa própria evolução, essa busca por IA pode perder o sentido.

O dia teve ainda Levi’s e Google, e a tecnologia adaptada para o jeans e o dia-a-dia das pessoas com o projeto Jacquard e sua jaqueta para ciclistas, que funciona como um smartphone.

A fofa da Mari Kon, uma autora best seller japonesa que escreve como organizar a sua casa com uma filosofia cheia de otimismo e respeito pelos objetos, mas principalmete pelo desapego. No seu método ela pede para as pessoas imaginarem a vida ideal, e organizar, ou adaptar o seu espaço segundo essa imagem.

E a cientista Jennifer Doudna que conseguiu transformar o Sistema Imunulógico Adaptativo das bactérias, em uma tecnologia de edição (corta e cola, como texto mesmo) de DNA. Não foi nada fácil seguir a sua palestra, mas é um avanço substancial para a qualidade de vida humana, podendo controlar doenças (desde a malaria até o cancer), ajudar na agropecuária, e obviamente, abre caminho para todas as possibilidades de manipulação genética em embriões, assunto que por si só dá uma outra palestra inteira.

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