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Frio, agitação e muito VR

Esse é o clima dos primeiros dias de SXSW 2017


15 de março de 2017 - 10h11

Acredito que é a única palavra que não vou usar em Austin é “tédio”.

Como é bom quando algo nos surpreende e nos motiva. Estamos tão acostumados a sempre fazer o mesmo que não percebemos mais o mundo a nossa volta. E aí, quando temos a oportunidade de vivenciar pequenas coisas que nos fazem sair da rotina, como aprender, ouvir uma música diferente, fazer novos amigos e até mesmo fortalecer a amizade com os antigos, nos sentimos vivos.
Foi isso que encontrei aqui em Austin. Um choque de realidade e a vida me dizendo “eiii, venha aqui, preciso contar e mostrar um mundo cheio de novidades para você.”
Chegando em Austin, fiz exatamente o que comentei anteriormente, peguei meus Nuts – que por sinal me salvaram em vários momentos, já que aqui sentar para almoçar é luxo – e vi tanta coisa interessante que a vontade é de abraçar o mundo, mas realmente precisamos fazer escolhas. E como é difícil fazê-las. Algumas que valeram a pena, e outras não.

Um pouco da atmosfera da “rotina SXSW”
Ouvi em um dos painéis sobre a “Fragrância da Marca” que quando sentimos um cheiro buscamos o contato visual como primeiro instinto para identificar e reforçar o que está sentindo. E que para toda fragrância existe uma música. Estar no SXSW é pouco assim.

Estou agora sentada no meio fio, em uma fila para entrar em uma festa da Samsung. São 20h45 e vão abrir a porta daqui uns 30 minutos. Aqui ao lado, tem um food truck de pizza e meu marido que está trocando ideia com um pessoal da cidade que vai tentar entrar na festa sem convite, tamanha é a repercussão e o interesse pelo evento. E olha que está frio! Aliás, passei muito frio estes dias, porque vim despreparada. Hoje, pelo menos, o sol apareceu e nada como um dia assim para aprender, conversar, sentir, cheirar, tocar e redescobrir todos os sentidos em três dias intensos de SXSW.

E ainda temos mais 5 pela frente, que alegria!

Por aqui acordamos todos os dias as 6h30, tomamos café correndo, enquanto pedimos um taxi ou um Fasten (fez uma relação com o Uber? É bem por aí. Confere o link para conhecer esse App).

A manhã é mesmo tumultuada, porque o mundo todo resolve pedir táxi a esta hora e o preço do Fasten vai lá em cima por conta da chuva – chegou a US$ 80 estes dias. Resta sentar e esperar. Mas como todos na porta do hotel estão na mesma situação, acabamos sempre conhecendo alguém, ou até arrumando uma carona inesperada.

Entre um painel e outro o intervalo é de 30 minutos, mas a distância… nem sempre é no mesmo lugar e muitas vezes a próxima sala é fora do centro de convenções. Muitas coisas acontecem até nos hotéis ao redor, isso sem contar as dezenas de intervenções que ocorrem na rua, entre uma caminhada e outra.
Também tem uma série de ‘casas’. Para citar algumas: casa do Brasil, casa da Dell, casa da Sony, do Google, do Youtube e assim vai.

Se não tiver foco, você acaba ficando por ali mesmo. Outra questão que entra no tempo são as filas. Poderia fazer um post só sobre elas! As pessoas berram (meu Deussss!). Já fiz um vídeo sobre isso no Instagram Stories, do Instagram e vou fazer mais. Falando nisso, estou fazendo a cobertura por lá também, para quem tiver interesse.

E para comer? Bem, o negócio é carregar alguns snacks na bolsa para dar uma enganada, mas acabo comendo go rapidi nos trucks que estão espalhados na cidade, porque se você realmente não quer perder tempo, a última coisa que vai fazer é sentar e almoçar. Então é melhor deixar para fazer isso no jantar.

Agora, falando dos painéis…

Conferi diversos conteúdos. Não estou focando em só tema, porque o legal aqui é realmente saber um pouco de tudo que anda acontecendo, já que no final tudo se conecta. Desde AI (Artificial Intelligence), VR (Virtual Reality), conteúdo, filmes, moda, esporte, alimentação, robótica… vejo de tudo um pouco.

Um dos painéis mais interessantes que vi até agora, acredito que por ser algo ainda novo para mim, foi sobre Inteligência Artificial com o Mark Sagar, o responsável por desenvolver a tecnologia que deu vida aos personagens dos filmes Avatar, King Kong, Homem Aranha, entre outros.

Confesso que fiquei assustada, porque não estamos falando de um simples 3D. Trata-se de uma tecnologia que estuda o sistema nervoso central e seus comandos para entender como funcionam as expressões dos seres humanos, que são reproduzidas no computador para gerar, então, as expressões dos personagens. É assustador e fascinante ao mesmo tempo.

Realidade Virtual como instrumento social

Logo ao final dessa palestra de AI, saí correndo para outro painel, que foi o de Realidade Virtual da NASA. A apresentação foi mais sobre como eles usam o VR para fazer explorações e para treinar seus astronautas em missões espaciais. É superinteressante, mas achei que poderiam mostrar ainda mais. Senti falta de informações mais detalhadas.

Mas um painel de VR que foi muito bom, foi sobre o uso dessa tecnologia em projetos sociais. Este especificamente falou sobre o Internacional Rescue Committee (IRC), que desenvolveu um projeto em VR com os refugiados da Síria, no Líbano. Lá, uma em cada quatro pessoas é refugiada, e por meio do VR, eles conseguem levar e ilustrar de maneira imersiva as dificuldades que eles passam, tornando isso vivo para o mundo. Mas o mais interessante é que a dupla Gordon Meyer, do YouVisit, e Cathe Neukum, do IRC, não só falou dos refugiados, como também sobre o processo para fazer isso acontecer, sobre como trabalhar com o VR neste contexto social e sobre como este conteúdo foi criado. Foi construtivo e interessante.

Curiosidades extras

Também assisti a um debate sobre Data. Confesso que fiquei um pouco perdida no início, mas sai de lá com um pouco mais de conhecimento sobre o assunto. Ainda quero entrar em mais um painel sobre o assunto para buscar um pouco mais de informações e trazer aqui.

Ainda conferi um painel de nutrição, que foi com a nutricionista Debra Eschmeyer, profissional, que junto a ex-primeira dama Michele Obama, implementou o “Let’s Move!” – iniciativa de mudança da alimentação das escolas públicas dos Estados Unidos. Entrei nesse mais por curiosidade, mas foi bem interessante. Aliás, tem muito painel sobre nutrição no evento e o healthy food é um assunto que está em alta aqui, assim como o esporte em todos os aspectos, seja na mídia e conteúdo, ou no desenvolvimento tecnológico dos produtos para estes segmentos.

É tanto assunto! Mas vou guardar um pouco para os próximos textos. Só mais uma coisa antes de finalizar: hoje assisti um painel que falou de um tema que é a realidade que estamos vivendo na agência. É o conteúdo para digital. Foram abordadas questões sobre como levar uma produção da TV para o mobile, por exemplo. Este foi um painel feito pelo Facebook e pela Sony, mas os detalhes vão ficar para a próxima, porque agora a fila andou e preciso ir para mais uma experiência.

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