16 de março de 2017 - 16h59
Blockchain está na agenda de muitas organizações há algum tempo, especialmente, na da indústria financeira, que vislumbra uma nova disrupção com sua adoção. Não necessariamente pelo emprego das moedas virtuais, como a Bitcoin ou a Ethereum, que usam essa tecnologia, mas pelas várias outras possibilidades que o Blockchain oferece ao sistema.
Afinal, o que é Blockchain?
Tecnicamente, é um novo tipo de aplicativo de dados ou registro, que armazena informações imutáveis e criptografadas, que podem ser compartilhadas diretamente, sem a necessidade de um administrador central.
Isso contrasta com bancos de dados tradicionais, que possuem um único administrador que detém e controla os dados. O “protocolo” do bloco permite transações diretas entre duas ou mais partes, autenticadas por colaboração em massa e impulsionadas por incentivos econômicos e interesses próprios.
Para compreendermos bem a aplicação desta tecnologia, considere a seguinte situação:
Liu, uma singela produtora de café do Congo, vê sua colheita prosperar a cada ano. Embora seja potencialmente competitiva, ela enfrenta muitas dificuldades socioeconômicas.
Como o Blockchain pode beneficiá-la?
Imagine que a entrega do café produzido será registrada por um código de barras enviado por SMS para alguma plataforma de registro descentralizado, o que comprovará sua entrega.
Nesse momento, Liu adquire uma identidade, porque se cria um histórico de transações em relação à sua produção. Ela se apropria da informação dela mesma. E, com isso, toda a cadeia de valor é registrada até chegar nos consumidores de maneira distribuída. É a chamada conexão do “first mile with the last mile”, sem a intermediação de terceiros.
E o que Liu ganha com isso?
Além de uma identidade, ela passa a ter um registro de seu histórico produtivo e empreendedor, e com isso, maior possibilidade de acesso a financiamentos e seguros que possam ajudar em seu desenvolvimento, por exemplo.
Agora, qual o impacto disso para as organizações e consumidores?
Bom, adoraria tomar um café em um Starbucks sabendo que foi Liu quem o produziu. Eu poderia ter mais contato com a história dela e, sem dúvida, me sentir contribuindo para o progresso de sua família simplesmente por ter tomado esse café.
Mas, o mais bacana de tudo, é que essa informação não foi gerada pelo Starbucks ou desenvolvida por meio da ajuda de alguma ONG. Veio da própria Liu.
Vejo aqui uma grande oportunidade de negócios para as empresas, sua geração de goodwill e também para gestão de suas marcas.
E você, já se sente mais próximo da Liu? Pois é, eu também. Isso é Blockchain.
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