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A angústia de não ter um vira-tempo para o SXSW

A ampulheta de Hermione, usada em "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban", não pode faltar na mala de quem vai para o SxSW


4 de março de 2018 - 15h50

A amiga do Harry que salva o dia todas as vezes, fica tão sobrecarregada com a agenda de aulas de Hogwarts, que usa um vira-tempo para conseguir cumprir a grade horária

Em “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, o terceiro episódio da série, Hermione (você sabe – a amiga do Harry que salva o dia todas as vezes) fica tão sobrecarregada com a agenda de aulas de Hogwarts que usa um vira-tempo para conseguir cumprir a grade horária. O vira-tempo é um artefato mágico, uma ampulheta, que permite que ela volte no tempo e assista aulas que aconteceram no mesmo horário.

Pois bem: se tem um item que não pode faltar na mala de quem vai para o SxSW, é um vira-tempo. É minha primeira vez no festival em Austin e é difícil descrever minha angústia. Passando pelo schedule do evento, tentando escolher de qual painel, debate, workshop participar, percebo que é impossível não se frustrar com sua escolha, seja ela qual for. É que são 20, às vezes 30 atrações no mesmo horário. A dificuldade de ir ao SxSW começa na difícil tarefa de dispensar 3 ou 4 painéis interessantíssimos em prol de outro, igualmente interessantíssimo, simplesmente porque voltar no tempo está fora de questão.

Mas o mais legal sobre o SxSW é que, se um dia, viagem no tempo for uma possibilidade, pode ter certeza que lá é o lugar certo para ficar sabendo disso antes da hora. É difícil explicar o SxSW. Não é um evento de tecnologia, mas é; não é um festival de música, mas bem, também o é. Não é um congresso de tendências de mercado, exatamente, embora certamente o seja.

O SxSW pode ser definido como um grande tributo à inovação em todos os campos. Isso geralmente envolve tecnologia, verdade, mas não necessariamente. No SxSW, fala-se sobre inovação em todas as suas esferas: na moda e na música, na cidade, no ambiente de trabalho, na relação com as pessoas, na sua casa, na rua, no quarto, no ar, debaixo da terra ou do mar. É o lugar certo para espiar lá na frente e antecipar um pouquinho do que o futuro será – ou ao menos, observar um recorte do futuro antecipado pelas mentes mais brilhantes do mundo. O SxSW é, a seu próprio modo, um vira-tempo.

Este ano, os temas mais recorrentes são criptomoedas e o impacto dessa revolução nos sistemas econômicos, fake news, jornalismo vs. entretenimento e modificações substanciais nas interfaces homem-máquina – chatbots, VR e AR, formas impressionantes de IA. Milhares de pessoas do mundo todo – o Brasil tem a segunda maior presença no evento, depois dos EUA – vão se reunir ajudar a calibrar a bússola que aponta para o futuro. E um pouco das minhas impressões serão transmitidas aqui, nesse canal, nos próximos dias. Até Austin!

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