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Como equilibrar interesses pessoais e o objetivo do seu negócio no SXSW

Escolher grandes palestrantes ou palestras low-profile? Temas que você mais curte ou aqueles relacionados às indústrias dos clientes? Profissionais de agências compartilham seu processo de curadoria pré-Austin


8 de março de 2018 - 10h00

*Por Isaque Criscuolo e Karina Balan Julio

Depois da euforia do credenciamento e de muito navegar pela programação do SXSW, chega um momento crítico para todos os visitantes da conferência. É hora de deixar a procrastinação de lado e finalmente definir sua agenda. Seja para os novatos ou para os veteranos da conferência, conciliar os objetivos de negócio e os temas de interesse pessoal pode ser um desafio. Consultamos três publicitários para saber como foi o processo de curadoria e escolha da programação.

O tal do propósito

Independentemente da sua indústria, é imprescindível sair de casa com um macro-objetivo em mente. “Primeiro, entenda o que você busca – seja se aprofundar num tema específico ou fazer networking – e planeje uma agenda mais focada. Escolha os painéis aos quais irá, os espaços de ativação que quer conhecer e os happy hours mais interessantes para fazer relacionamento”, recomenda André Passamani, cofundador, sócio e COO da Mutato.

Direcionamento temático

Márcio Bueno, diretor de tecnologia criativa e projetos da CP+B, conta que escolheu suas tracks de acordo com seu interesse profissional e sinergia com as marcas que a agência atende. “Então fui favoritando todas as sessões com uma ou duas pessoas, sem critério algum de conteúdo, para só então refinar com uma avaliação mais apurada”, conta.

“Estou começando a divisão pelos assuntos de interesse, como sustentabilidade, porque estão na veia do posicionamento da agência. Estou indo de mente aberta e pelos palestrantes, sem escolher pelos segmentos dos clientes. Entendo que vou trazer inovação e não ‘renovação’”, pondera Bruno Bernardo, chief culture officer da Peppery.

Sair da bolha de publicidade e marketing também é a dica de André, da Mutato. “Obviamente, a programação de Brands & Marketing vai te atrair, mas há discussões muito interessantes nas outras trilhas. E essas conversas podem ser mais úteis – e virar referências mais perenes – justamente por você não estar tão imerso no tema”, opina.

Além dos “favoritos”

Um dos primeiros passos para a curadoria de programação é favoritar dezenas de palestras no site do SXSW, é claro. Depois dessa etapa, Márcio Bueno, da CP+B, passou um pente fino pelas palestras ao ler todas as descrições e pesquisar sobre os palestrantes. “Sempre dou um ‘Google’ para ver se a palestra já foi dada anteriormente em outro evento, e então procuro reviews ou o material da própria palestra. Há casos em que o material sobre o tema está disponível no SlideShare ou há um vídeo no Youtube/Vimeo. Se isso acontecer, bingo!, menos uma para assistir”, comenta.

Para André, vale ainda marcar três ou quatro eventos (palestras ou não) no mesmo horário. “Quem só tem plano B não tem um bom plano”, diz.

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Depois de filtrar os favoritos e criar uma segunda versão da programação de palestras, com agrupamentos por dia e locais, Márcio pensou também em ativações que gostaria de visitar. “Vou casando as ativações com as lacunas ou dias com menos sessões na minha agenda. Essas lacunas vão servir para bater perna e ver o que as marcas e veículos estão fazendo por Austin, pois isto vale muito a pena e é outro tipo de conteúdo interessante para consumir além das sessões”, afirma.

Não era inovador, era cilada

Para chamar a atenção no meio de centenas de sessões, alguns painéis contam com títulos sensacionalistas e por vezes prometem mais do que podem entregar. “Como a curadoria do festival é aberta ao voto, muita gente emplaca keynotes com muita buzzword e pouca propriedade no tema. Além disso, minha experiência é que os headliners com suas filas homéricas acabam ficando disponíveis facilmente depois e viram papo no happy hour. Portanto, pode não valer o perrengue todo”, diz André.

“Fujo de alguns painéis por um motivo matemático: se há muitas pessoas, de 4 a 5 as vezes, falando cada uma a sua visão, é pouco tempo pra ser profundo o suficiente ou caracterizar um ponto de vista relevante”, finaliza Márcio.

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