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É doce morrer no mar?

Muitos por aqui ainda acreditam que a revolução digital é uma tempestade e para fugir dela já fiz a minha seleção de palestras


9 de março de 2018 - 11h39

A expectativa para o SXSW é sempre grande. Desde o seu início um evento nunca foi igual ao outro. E não poderia ser diferente já que há mais de 30 anos as discussões se relacionam com cultura e tecnologia. As milhares de palestras vão falar sobre assuntos de que não falamos no ano passado. As conversas nas filas serão outras. A tecnologia da vez ainda não sabemos qual será.

(Crédito: reprodução/Pexels)

Durante uma semana, em Austin, o mundo rodará em uma velocidade acelerada por essa busca incessante do novo. E a volta? A volta será novamente o choque da desaceleração e o esforço para colocar todos no embalo para chegarmos ao ritmo da evolução que vimos por lá. Muitos por aqui ainda acreditam que a revolução digital é uma tempestade na qual você pode ancorar seu navio no porto mais seguro e esperar a calmaria voltar. O navio é grande. Luxuoso. Seguro. Já navegou pelos sete mares e sobreviveu a maremotos, mas se essas ondas não forem surfadas elas vão bater até virar o navio ou rachar o casco e o resultado vai ser o mesmo.

Para entrar no ritmo e fugir dessa tempestade já fiz a minha seleção de palestras com não só uma mas quatro opções para cada horário. Os assuntos são dos mais variados: Tristan Harris vai continuar seu movimento por um mundo digital com um ritmo mais “humano” divulgando o “Time well spent”. Belmer Negrillo do Facebook e Jodi Meldich da Singularity University vão nos explicar como desenhar interfaces que, por serem alimentadas por inteligência artificial, você não consegue controlar. O cofundador da Ethereum vai divulgar sua visão de um futuro descentralizado. Será a volta do conceito inicial da internet? “Designing with Bias”, você consegue ser empático e imparcial na hora de conceber ideias e interfaces. “Design without screens”, “Data journalism”, “Fake news”, plataformas sociais são os novos jornais e CNN juntos?, quais são as tendências do design para 2018? Os assuntos são muitos e variados e tenho certeza que, como todos os anos, vou me decepcionar com uns mas me enlouquecer com outros.

Existe um assunto, porém, que é muito relevante para nós, mas não é popular nas palestras e nos painéis: publicidade. Em um evento que engloba praticamente todas as áreas em que a tecnologia está influenciando a nossa vida em sociedade, este é um tema que vai ser discutido em poucas salas. E quando busquei foi este enfoque que encontrei: “Trust, cogency and authenticity in an anti-ad world” .

Este é um mercado com muita gente talentosa, inteligente e com muitos recursos, mas isso não vai garantir nossa sobrevivência. Precisamos ser visionários, desprendidos, intrépidos. E rápidos. Para não morrer no mar.

Corram.

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