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Futuro: primeiro o mindset, depois a tecnologia

Estamos testemunhando uma revolução digital, que não para de nos fornecer novas ferramentas para acelerarmos a mudança e criarmos o que até então era impossível


10 de março de 2018 - 13h56

(Crédito: reprodução)

Impressões do meu primeiro dia no festival em Austin: muita gente, várias palestras, bastante ativação e, no fim, diversas festas. O clima é ótimo e as pessoas são muito engajadas e abertas, fazendo com que a integração seja inevitável e agradável.

Na escolha das palestras, procurei diversificar os conteúdos que serão abordados. Principalmente por acreditar que, independente do que fazemos, é necessário a convergência de temas e conhecimentos para evoluir.

Comecei ouvindo o Tim O’Reilly contar sobre a sua visão de um novo mundo e como devemos agir para de fato mudá-lo. Em suas palavras, “fazer mais coisas que consideramos impossíveis”.

O assunto é muito interessante, uma vez que todas as grandes mudanças, orgânicas ou digitais, são produzidas por pessoas que não querem manter o status quo. Elas desafiam aqueles que consideram as modificações inviáveis, muitas vezes por simplesmente pensar como os que vieram antes deles, e não como os que virão depois. Esse sempre será o dilema da disrupção e inovação.

Em parte, tratando-se de uma mudança de mindset, o sistema de educação exerce uma influência enorme sobre o tema. A primeira grande revolução, que mudou a sociedade baseada na agricultura para a industrial, foi possibilitada pelo modelo de ensino e capacitação.

Agora, estamos testemunhando uma revolução digital, que não para de nos fornecer novas ferramentas para acelerarmos a mudança e criarmos o que até então era impossível. O início dessa transformação foi muito pautado na substituição do humano pela máquina, porém está cada vez mais claro que o caminho é outro: de que forma a tecnologia pode empoderar os humanos para produzir mais e gerar um crescimento exponencial.

Em seguida, ouvi Joseph Lubin, co-fundador da ConsenSys – plataforma para criação de softwares descentralizados utilizando a tecnologia de blockchain – e co-participante da criação do Projeto Ethereum. Ele contou um pouco mais sobre as diversas aplicações possíveis do sistema, que não se trata apenas de uma criptomoeda, mas também de um sistema de validação altamente escalável, ágil e seguro. É capaz de modificar as mais diversas indústrias (como a da música, da saúde e de imóveis, por exemplo), como também melhorar processos na cadeia de fornecimento/distribuição de informações, transações e validações de documentações, entre outros.

A impressionante velocidade do sistema, assim como a segurança descentralizada, tem a capacidade de dar poder e controle aos envolvidos sem intermediários. Um exemplo claro disso é o projeto Ujo Music, que permite o cadastro direto de artistas na plataforma para a distribuição de seus conteúdos (privados, públicos ou streaming) e, principalmente, o licenciamento de suas obras, resolvendo o atual problema de demora e falta de controle, no qual muitas vezes o artista sequer é remunerado.

Por fim, acompanhei Derrick Xiong, da EHang, falar sobre os carros voadores que já estão passando da fase de teste e, inclusive, iniciando o processo de produção e regulamentação em alguns países. O assunto gera controvérsia pela eterna comparação com a ficção científica, porém o mais interessante é perceber que as barreiras tecnológicas já foram rompidas e o produto já existe. Claro que irá passar por melhorias, mas já está pronto para ser lançado. O grande desafio do momento é fazer com que a mentalidade das pessoas aceite tais práticas, uma vez que existe uma enorme sensação de insegurança com relação ao produto. Serão necessários alguns anos até que as pessoas passem a acreditar plenamente na sua utilização.

Dessa forma, terminei o primeiro dia percebendo que o futuro está aqui e é agora. Cabe a nós acreditar e fazer mais para integrá-lo à nossa realidade.

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