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Nenhum problema pode ser tão grande que não possa ter sua solução

Hoje foi uma amostra de como nossa capacidade coletiva pode mostrar saídas aos mais cabeludos desafio


10 de março de 2018 - 13h39

(Crédito: reprodução/Pexels)

Como que o país mais poderoso do mundo não pode oferecer saúde de qualidade mínima a todos seus habitantes? O que faz o sol produzir tanta energia e como isso pode interferir nas nossas vidas? Por que as principais instituições como mídia, governo e até setores como tecnologia estão em uma crise sem precedentes? O dia hoje (09/03) foi uma amostra dos grandes desafios que temos pela frente, e como nossa capacidade coletiva pode mostrar saídas aos mais cabeludos desafios.

Foi incrível ver como como persistência, paixão e o poder feminino nos fez superar qualquer tipo de obstáculo. Nicola Fox e Elizabeth Congdon descreveram no detalhe a missão NASA’s Solar Parker Solar Probe que, pela primeira vez na história, e depois de mais de 60 anos de estudos, vai levar uma sonda para encostar no sol , trazendo informações que nunca poderíamos imaginar que seria possível descobrir. A grande lição deste primeiro sabor de SXSW logo pela manhã foi como é possível e necessário fazer projetos audaciosos tendo em vista limites muito acima do que poderia ser possível. Os testes que elas realizaram foram sempre feitos em níveis mais do que superestimados para evitar ao máximo surpresas que uma proximidade com um astro como o Sol poderia causar. E elas nunca deixaram de lado o sonho que teve início lá em 1958 quando Eugene Parker, o homenageado, divulgou as primeiras teorias das ondas de energia emitidas pelo Sol.

De uma extremidade a outra, fui de exploração espacial, para uma visão pragmática sobre os problemas sociais. Bernie Sanders, pré-candidato democrata na eleição de 2016, se apresentou em um dos palcos mais concorridos do dia (tem a íntegra no YouTube). Foram muitos temas, a maior parte deles pareciam dizer respeito somente aos EUA, mas tinha muita relação com o que vivemos hoje no Brasil. Deu para ter uma esperança que de ainda há muitas vozes que não esqueceram a luta por um mundo que respeite melhor as diferenças e que pense de uma maneira mais ampla, e não apenas focado em uma minoria.

Hora de dar uma respirada e literalmente deixar o cérebro relaxar com a divertida sessão do pessoal do Rotten Tomatoes. Nada de conteúdos pesados, ou de “conteúdo” mesmo. Basicamente a ideia era conversar com alguns membros da plateia e entender porque eles gostavam ou não de alguns filmes selecionados (Me chame pelo seu nome, Pulp Fiction, Mother, O Último Jedi, etc). Feita a polêmica, todas as mais de mil pessoas podiam enviar seu voto “rotten” (verde) ou “fresh” (vermelho). Foi curioso ver como neste caso o padrão das cores traziam algo diferente: o vermelho sendo o positivo e, o verde, o “dislike”.

Terminado este minuto de diversão, foi o momento de voltarmos às reflexões com Ezra Klein, ex-Washington Post, agora fundador de um dos grupos de mídia que mais admiro, o Vox Media, dono de marcas como The Verge, Recode e The Vox. Fui com a intenção de assistir ao cara que, para mim, soube entender como o digital trouxe luz a uma nova forma de jornalismo. Entretanto ele se concentrou mais em uma mensagem: como a vontade de tentar fazer algo positivo pode até ser associada ao ser humano, mas há um sistema de vantagens e motivadores que leva muita gente a tomar péssimas decisões. Foi difícil sair otimista desta palestra, principalmente quando ele mostrou como este processo de racionalização negativo funciona no Congresso ou no ambiente corporativo, mas o mais importante foi a reflexão.

Para terminar mais uma vez fui entender aquela clássica pergunta, por que tem gente que investe em projeto espacial se temos tantos problemas para resolver aqui em nosso planeta? A resposta do empreendedor Jason Dunn da empresa Made in Space Inc. foi “a pesquisa espacial já trouxe benefícios para a humanidade nas quatro principais áreas de atuação: alimentação, infra-estrutura, energia e água. E a tendência é trazer mais soluções para nós.” No mesmo painel o investidor Van Espahbodi da Starbust Accelerator mostrou um dado que me impressionou: ele tem em sua carteira mais de 300 startups avaliadas dentro de uma short list de mais de mil focadas no desenvolvimento de projetos para explorar o espaço. Realmente incrível o renascimento promovido por empresários como Elon Musk durante esta década de 2010.

E é isto que está me parecendo que o SXSW deste ano será focado. Não é fácil encontrar o famoso “the next big thing”. Como vemos falando há alguns anos, as tecnologias estão aí e estão postas. O debate agora é compreender o que faremos com ela para resolver os grandes problemas que enfrentamos há muito tempo. Vamos pensar grande, para atacar realmente os problemas que incomodam toda uma sociedade.

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