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Dividindo um pouco do que vi e vivi

A frase que resume a experiência do meu primeiro dia é “open your mind”


12 de março de 2018 - 15h13

Primeiro dia de festival. Mistura de ansiedade, intensidade e incapacidade de ter acesso a tanta informação em tão pouco tempo. De qualquer forma, eu tive a sorte e o prazer de acompanhar a pessoa que me apresentou o SXSW, lá em 2014, uma expert no assunto, a Jana Augustini, da O2 Filmes.

Dividindo um pouco do que vi e vivi…

Assisti a duas palestras muito interessantes sobre um assunto que me intriga e, portanto, me interessa: inteligência artificial. Confesso que já me questionei e me preocupei com a possibilidade de vivermos o que víamos nos filmes e no desenho dos Jetsons: robôs assumindo funções de humanos. Esses painéis explicaram que esse sentimento é comum, mas que eles estão a nosso favor, para nos ajudar.

Como tudo, os robôs evoluíram e estão presentes no nosso dia a dia, mesmo que a gente não perceba. Exemplo: a amiga da minha filha mandou uma mensagem por WhatsApp para o irmão dizendo que tinha esquecido de tomar “aquele” remédio. Imediatamente ela foi impactada por um anúncio de uma drogaria, falando da oferta de anticoncepcionais. Mas como sabiam o tipo de medicamento se ela não comentou nada na mensagem?

Parece assustador, mas a resposta é simples: banco de dados. Nossas informações ficam armazenadas, o que gera eficácia e resposta rápida. Algum dia, ela certamente fez uma pesquisa sobre o assunto na internet, as informações ficaram guardadas, foram cruzadas e rapidamente utilizadas. Ou seja, a inteligência artificial está presente nas nossas vidas, até nas dicas que recebemos após uma simples pesquisa sobre um tópico de interesse na web.

Participei de um painel interessante com Adidas, Mashable, Kuka e McKinsey & Company. O representante da adidas contou que o processo de desenvolvimento de um produto, que levava em média dois anos para ser concluído − passando pela criação, análise de tendência, pesquisa, desenvolvimento e produção −, com a inteligência artificial passou a levar em média dois meses.

Essa questão vai além e me faz pensar quais serão as profissões do futuro. Atualmente nos EUA, direito é uma das profissões menos procuradas, porque já existe o Watson. Criado pela IBM, esse sistema de AI substitui o jurídico de grandes corporações sendo capaz de dar respostas imediatas.

Falando no Watson, também assisti à melhor palestra do dia, ministrada pelo gênio criador desse AI: Manoj Saxena. Foi absolutamente incrível. Ele não falou do Watson, mas de como a inteligência artificial está se expandindo rapidamente na indústria audiovisual.

A pergunta que fica é como a inteligência artificial nos ajudaria além de automatizar e tornar tudo mais rápido, se com isso há redução da mão de obra humana? A resposta foi que faltam aos robôs características humanas: criatividade e emoção. Assim, devemos enxergá-los como uma ferramenta que nos instiga a colocar as nossas experiências em um nível mais elevado, justamente por nos ajudar a sermos mais efetivos.

Da minha seleção, o painel mais concorrido foi aquele em que Lena Dunham falava de autenticidade nos dias atuais. Ela é atriz, escritora, diretora e produtora. Criou e protagonizou a série Girls, da HBO, que foi indicada a quatro Emmy Awards e ganhou dois Golden Globes.

Foi interessante, porque ela colocou que está deixando de lado a obrigação de ter uma opinião sobre tudo. Acredita que autenticidade varia de pessoa pra pessoa e que aparece de muitas formas. O ponto é que ainda não temos clara a definição do que é ser autêntico e muitas vezes confundimos as coisas. Enfim, é delicioso e gratificante vermos mulheres se destacando, sendo ouvidas e lotando salas para falar da sua experiência profissional e de vida.

Abrindo um pouco mais o leque, a última palestra foi de Rohit Bhargava. Um indiano muito divertido, que compartilhou experiências e questionou a efetividade de marcas ainda segmentarem a população por gênero feminino e masculino, já que, em alguns lugares do mundo, como no Canadá, se a pessoa quiser, é possível − por exemplo − tirar passaporte com gênero indefinido.

Bhargava falou sobre quão importante é sermos diferentes e exemplificou mostrando a foto da primeira apresentação de Ed Sheeran no SXSW, quando ele ainda não era tão famoso. A plateia era pequena, todos estavam gravando a apresentação, exceto um rapaz que simplesmente se permitiu assistir e curtir.

Mostrou também um hotel em Amsterdã que é classificado como o pior do mundo, faz o que parece ser propaganda negativa e ainda assim é superprocurado, o que nos leva a perguntar por que as pessoas querem ter essa experiência? E a resposta é simples: porque buscamos algo novo, diferente. Os hóspedes chegam com a expectativa lá embaixo e ficam aliviados ao perceberem que não é assim tão ruim, que dá pra suportar e está ok, sem contar que a experiência se torna algo interessante a ser contado.

Isso mostra que, se olharmos na direção certa, podemos ver coisas que outras pessoas não veem e, assim, estarmos à frente para fazermos a diferença. Foi muito interessante.

Além dessas palestras, visitei a Pinterest House; a Viceland, que trouxe fofos filhotes de cabra para o festival; e a Bose House, onde tive uma superexperiência de realidade aumentada, relacionada a áudio. Os óculos de AR sound da Bose trazem informações conectadas com a sua localização geográfica, além de possibilitar que você escolha a música pelo movimento que você faz com a cabeça.

Tudo é muito dinâmico e inspirador. A frase que resume a experiência do meu primeiro dia é “open your mind”.

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