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High technology versus high consciousness

Mindfulness, meditação, yoga, relacionamentos e empatia foram temas recorrentes nos painéis do SXSW2018


12 de março de 2018 - 14h54

(Crédito: reprodução)

Mindfulness, meditação, yoga, relacionamentos e empatia foram temas recorrentes nos painéis do SXSW2018. Até uma sala com meditação guiada – o HeadSpace – foi criada para os participantes do Festival usarem a qualquer momento.

Vejo isto como um importante contraponto à angústia coletiva que vivemos hoje, em grande parte pelo impacto incessante da revolução tecnológica em nossas nossas vidas e negócios.

Amy Webb, futurista do FTI (Future Today Institute), apresentou algumas tendências do seu Relatório recém publicado, com dados impressionantes sobre o que nos espera nos próximos anos: 2018 será o começo do fim dos SmartPhones. Em 2021 50% das nossas interações serão feitas por voz e não mais pelos nossos dedos (a famosa Alexa da Amazon foi um dos primeiros exemplos emblemáticos desta utilização). Mas não para por aí. Assim como sempre tivemos nossas “fingerprints” (as digitais dos nossos dedos), passaremos a ter as nossas “voiceprints” e, com isto, as máquinas passarão a identificar não apenas quem somos, mas nuances como a nossa idade e o nosso estado emocional. Ao sermos identificados pelas máquinas através de nossas vozes, muito provavelmente nos livraremos das dezenas de senhas que hoje utilizamos nos meios digitais.

Dentre várias outras tendências, Amy também contou que Garrett Camp, co-fundador e chairman do Uber, está esboçando planos para uma nova criptografia que visa corrigir desafios técnicos que atinjam projetos já existentes, como Bitcoin e Ethereum. Sua esperança, ele disse recentemente à revista Fortune, é resgatar a promessa original da moeda virtual: um meio de pagamento instantâneo, acessível e sem margem para as massas.

No lado PESSOAL, esta transformação tecnológica, mais e mais ancorada na evolução constante do uso de dados através de inteligência artificial (segundo Amy, até 2038 os dados humanos terão mais valor que o petróleo), já algum tempo tem influenciado e facilitando o nosso dia a dia – afinal, quase todos as tecnologias que entraram em nossas vidas, como Spotfy, Waze e Netflix, já usam inteligência artificial – mas também aguçando a crescente preocupação com os limites da ética, da segurança e da invasão da privacidade, com a ressalva de que a diferença das regulamentações de país para país (no caso dos Estados Unidos, de estado para estado também) poderá causar problemas seríssimos num futuro próximo. Segundo Amy, uma das razões da China ter evoluído tanto neste assunto nos últimos anos é justamente a facilidade (e falta de pudor ou constrangimento) em acessar e utilizar os dados da sua população de mais de 1,3 bilhões de pessoas.

No lado EMPRESARIAL, quem lidera a evolução e os caminhos para o uso de dados e da Inteligência Artificial no mundo são 9 players principais (Google, Facebook, Amazon, Microsoft, IBM e as chinesas Baidu e Tencenet). Evidentemente, estas empresas trouxeram muitos benefícios para todo o universo corporativo global, mas também intensificaram a competitividade, a exigência por agilidade e a constante reinvenção dos negócios

Neste ritmo frenético, há uma necessidade premente de mudança de comportamento nas organizações de todo e qualquer porte e perfil. Pois o stress aumenta, o coração acelera e as relações interpessoais tendem a se tornar mais difíceis. É preciso deixar o ego de lado e se abrir verdadeiramente para a colaboração, pois nunca mais teremos domínio e velocidade para aprender tudo o que precisamos saber e aplicar em nossos negócios. Neste contexto, a construção de uma forte e clara Cultura Organizacional se tornou prioridade #1 para CEOs e/ou fundadores de empresas de todo e qualquer porte.

Alinhada com esta visão, Bozoma Saint John (Chief Brand Officer do Uber) reforçou a importância da mudança de cultura organizacional para o fortalecimento da marca Uber, enfatizando a importância da TRANSPARÊNCIA, das PESSOAS e suas respectivas HISTÓRIAS. Melinda Gates (co-fundadora da Bill & Melinda Gates Foundation) também reiterou a importância de se mudar radicalmente o ambiente dos locais de trabalho no Vale do Silício, tornando-os mais inclusivos, menos resistentes e agressivos, com mais espaço e voz para as mulheres e mais sintonizados com os movimentos sociais que estão dando um novo significado para o trabalho.

Neste mundo de mudanças cada vez mais rápidas, disruptivas e irreversíveis, é preciso compartilharmos mais, colaborarmos sempre e, acima de tudo, sermos mais HUMANOS do que nunca.

Afinal, como disse ontem a psicoterapeuta Esther Perel, ao ouvirmos com empatia as histórias de outras pessoas, nós automaticamente entendemos melhor os nossos próprios sentimentos. E a recíproca é verdadeira: quando nos conhecemos melhor, normalmente saímos do egocentrismo e enxergarmos melhor os outros.

Em sua marcante participação no painel do Westworld, Elon Musk terminou sua fala enfatizando a importância de irmos além, ganharmos o espaço mas, sobretudo, expandirmos os limites da consciência humana, nos sentindo gratos e felizes por estarmos vivo e podermos fazer a diferença.

Há mais de 15 anos atrás, no seu livro “High Tech, High Touch”, John Naisbitt, um dos maiores visionários do nosso tempo e o autor do best-seller # 1 New York Times Megatrends, já trazia a sua visão sobre o papel que a tecnologia desempenha na nossa busca cada vez mais acelerada de SIGNIFICADO em nossas vidas.

É hora de mergulharmos de cabeça no autoconhecimento, respirando, meditando e encontrando a paz interior que todos precisaremos mais e mais daqui pra frente.

* Numa demonstração de total coerência e sintonia com a economia colaborativa e compartilhada, a partir deste ano o FTI (Future Today Institute) decidiu tornar o seu REPORT DE TENDÊNCIAS aberto e gratuito para qualquer pessoa ou empresa que queira acessá-lo. Faça o download no link: www.bitly.com/FTITechTrends2018.

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