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Novos líderes para um novo mundo

Leo Varadkar, eleito primeiro ministro da Irlanda em junho de 2017, Macron, presidente francês, e Trudeau, primeiro ministro do Canadá, são líderes com visões modernas e progressistas


12 de março de 2018 - 11h39

Leo Varadkar, entrevistado hoje no SXSW 2018 pelo fundador do Texas Tribune, Evan Smith, foi eleito primeiro ministro da Irlanda em junho de 2017, tornando-se o mais jovem a ocupar o cargo na história. Ele é filho de imigrante (pai indiano e mãe irlandesa) e um dos poucos chefes de estado do mundo que assumiu publicamente a sua homossexualidade. Ele tem uma agenda absolutamente progressista e já conseguiu aprovar em referendum popular o casamento gay no país e agora luta para aprovar, em outro referendum que acontecerá em maio, a legalização do aborto. Isso em um país historicamente conservador, com forte influência da igreja católica e onde até 1991 era ilegal ser homossexual. Ele está acelerando investimentos em tecnologia, incentivando a inovação através de educação avançada, derrubando barreiras comerciais e prometeu dobrar os investimentos em arte em um período de 7 anos.

(Crédito: reprodução/Pexels)

Varadkar vem sendo apontado por muitos, junto com Macron, presidente francês e Trudeau, primeiro ministro do Canadá, como um dos novos líderes políticos mundiais, com visões modernas e progressistas e coexistência de ações sociais e econômicas em seus programas de governo. Outro aspecto que parece ser comum aos três líderes é a empatia e a habilidade de engajar. Por isso, passam a ser modelos de inspiração para jovens ao redor do mundo e possíveis incentivadores para que mais deles se interessem por e entrem para a política, o que ajudaria a promover um processo de renovação política, tão necessária na maioria dos países, certamente no nosso.

De fato, o papel de Varadkar na geo-politica mundial, apesar de representar um país pequeno, com apenas 5 milhões de habitantes, tem ganhado importância nos últimos tempos. Primeiro, no diálogo entre a União Europeia e a Inglaterra em torno à questão do Brexit, onde a Irlanda, que se mantém no bloco europeu à revelia da Inglaterra, mas que por proximidade e história tem conexões óbvias com a última, passou a ser um importante mediador nas negociações. E, mais recentemente, na questão das barreiras comerciais anunciadas pelo presidente americano Donald Trump em torno à indústria do aço, Varadkar, usando da histórica relação entre os dois países e do fato de que 10% da população americana é formada por imigrantes irlandeses, incluindo os ancestrais de Trump, vem tentando ganhar espaço no diálogo com o presidente americano, a quem encontrará em Washington na semana que vem, para lhe fazer ver os efeitos negativos que uma guerra comercial continuada poderia gerar a todos e que no longo prazo não beneficia ninguém. E a críticos que lhe sugerem que, em função das posições radicais de Trump e tão contrárias às suas, ele não deveria nem se reunir com o mesmo, Varadkar responde de maneira clara e objetiva, que sempre prefere o diálogo à retaliação para resolver quaisquer conflitos e desavenças. Parece mesmo a fala de um líder moderno e equilibrado, consciente de sua função e com uma agenda clara e direta para resolver as questões do nosso tempo. Que sirva de inspiração e exemplo para que novos líderes como ele possam surgir e, aos poucos, ajudem a renovar a política mundial.

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