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Todas essas pessoas e empresas estão fazendo alguma coisa relevante pra fazer do mundo um lugar um pouco melhor. E o que nós podemos fazer pra sermos parte da solução?


13 de março de 2018 - 16h32

(Crédito: divulgação)

Podia ser o título de uma palestra do Elon Musk com seu projeto de colonização de Marte, mas não: foi o título de uma conversa muito legal com o Head of Global Brands da Adidas, Eric Liedtke, e com a empreendedora e ‘supermodel’ Karlie Kloss. E, mais que isso, foi o tom da discussão de muita coisa bacana que eu acompanhei por aqui ontem e hoje.

Os dois painelistas dirigem projetos que fazem diferença de fato. A ideia da Adidas consiste em tirar o plástico dos oceanos, reciclar e usar como matéria-prima pra fazer tênis. É uma iniciativa que está crescendo bastante na companhia porque, segundo o seu VP, eles acreditam que as pessoas consomem produtos de marcas em que confiam, marcas que acreditam nos mesmos valores que elas. E que num futuro não muito distante, “todos os calçados vendidos por essa empresa serão feitos de plástico reciclado”. (Aliás, assisti também à apresentação de um projeto impressionante sobre uma tecnologia que substitui plástico por cogumelos – Myscelium. Fundidos em alta temperatura, eles se tornam um material versátil e resistente).

Já projeto da ex Victoria’s Secret Angel, Karlie Kloss, é sobre empoderar meninas para tornarem-se líderes em tecnologia. Ela já detém a audiência de muitas dessas adolescentes e usa a atenção obtida pra falar sobre as skills que elas precisarão pra atuar em um novo mundo. Com summer camps espalhados pelo país, ela desenvolve cursos básicos de programação, empoderando as meninas pra atuarem em posições que hoje (ainda…) são ocupadas majoritariamente por homens em empresas de alta tecnologia. E por falar em empoderamento, foi emocionante ver vários homens e mulheres negros agradecendo emocionados ao Spike Lee por dar vida a tantos personagens com os quais eles se identificam e, principalmente, que os inspiram.

E teve muito mais. Numa conversa genial, dois especialistas em “localismo” (Bruce Katz e Jeremy Nowak) demonstraram o quanto é importante descentralizar o poder concentrado nas esferas mais distantes – especialmente em nível federal – e trazer pra perto, pro nível local. Nas cidades, as decisões tendem a ser tomadas menos com base no retorno comercial ou por motivações políticas, sendo mais pragmáticas e assertivas. As comunidades estão mais perto dos problemas e por isso têm mais condições pra encontrar as melhores soluções. Ainda sobre cidades, teve o genial prefeito de Londres, Sadiq Khan, o primeiro muçulmano a ocupar uma cadeira tão importante no Reino Unido. Entre outras questões, ele destacou que seu grande desafio é fazer com que os benefícios advindos das novas tecnologias cheguem a todas as pessoas – esse é o papel do poder público, reduzir desigualdades e melhorar a vida de todos os cidadãos.

E, claro, teve o Tony Stark da vida real, o maior guru tech da atualidade, Mr. Elon Musk. Num encontro que foi considerado uma edição especial do “Austin City Limits” (programa musical transmitido para todo o país desde 1974), no próprio Moody Theater e com uma plateia digna de uma celebridade pop, Musk respondeu a perguntas sobre seus diversos projetos disruptivos. Aliás, se tem alguém que efetivamente está trabalhando pra criar o mundo que quer viver é ele, literalmente, investindo pesado na sua SpaceX. Ele acredita que o homem vai de fato ocupar Marte e que o planeta será um opção no caso de uma eventual catástrofe global – como uma guerra nuclear, por exemplo. Mas antes disso acontecer, ele teve e tem muitos projetos geniais aqui na Terra, como o PayPal (que revolucionou os pagamentos por meio digital), o Hyperloop (um novo conceito de transporte coletivo de pessoas em altíssima velocidade) e, claro, o Tesla (carro elétrico que está começando a ganhar escala e ocupar as ruas dos EUA). Foi bem legal ver e ouvir ele de perto.

Enfim, todas essas pessoas e empresas, dentro de suas possibilidades e áreas de atuação, estão fazendo alguma coisa relevante pra fazer do mundo um lugar um pouco melhor. E o que nós podemos fazer pra sermos parte da solução? Acredito de verdade que essa é a pergunta que temos nos fazer todos os dias. Como disse o Spike Lee: No excuses! É fácil buscarmos justificativas pra não assumirmos o protagonismo, não fazermos a nossa parte. Como disseram Nowak e Katz, a maior parte das respostas virá do setor privado, não podemos esperar que os governos resolvam tudo. Claro que o poder público tem responsabilidade e capacidade para investir, mas eu acredito que toda a inteligência reunida na ‘Balroom’ do Austin Convention Center naquela palestra pode contribuir muito e engajar muitas outras pessoas pra criação desse mundo em que queremos viver. Bora lá?

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