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Revolução, evolução e regulamentação

Os governos não podem ficar de braços cruzados assistindo a Revolução Digital acontecer, necessitamos de evolução e regulamentação dos novos serviços


13 de março de 2018 - 15h16

(Crédito: reprodução)

Confesso ter ficado muito bem impressionado com a participação do prefeito de Londres, Sadiq Aman Khan, não apenas pelo seu bom humor e coragem de ter brincado com suas diferenças em relação ao presidente Trump ou por ter mostrado pela primeira vez Tweets recebidos demonstrando o ódio pelo fato de ter descendência muçulmana ou ainda por cobrar que empresas como Facebook e Twitter tenham maior atenção e controle com as chamadas Fake News e a propagação de conteúdos e posts ofensivos em seus feeds, mas, por assumir que políticos e governos ao redor do mundo ainda estão passivos perante a uma nova revolução que acontece nos dias de hoje: a Revolução Digital.

Veículos de comunicação em todo o mundo destacaram o fato do prefeito ter mostrado o ódio de radicais e ter cobrado as empresas de mídias sociais para maior controle, mas, o que mais me chamou a atenção é a clareza como tratou de assuntos que trazem impacto para o longo prazo: como os governos devem tratar esta revolução com evolução no processo de regulamentação em suas leis.

É fato que o que aconteceu com o Uber em todo o mundo foi o primeiro grande desafio desta evolução. O consumidor experimentou algo novo trazido pela economia compartilhada e não pensou duas vezes antes de adotar esta mudança substituindo o serviço dos antigos táxis. O grande problema foi a resposta local de cada governo. Alguns baniram a empresa, outros aceitaram rapidamente em busca de votos e poucos sentaram para discutir o tema em busca de soluções para que esta nova forma de transporte pudesse existir dentro de seu sistema. Uma missão nada fácil levando em consideração que existem regras e estas devem ser cumpridas. Ou evoluídas…

Uma das razões pelas quais o Uber enfrentou problemas em Londres é porque a empresa não quis respeitar as leis de transporte no local. Khan disse que Uber pensa que, uma vez que é um aplicativo, deve ser permitido operar de forma diferente do que outras entidades do Transporte para Londres. Disse ainda que a empresa se preocupava mais com o seu vasto número de advogados e profissionais trabalhando na mídia do que em debater o tema. Após este início turbulento ele mencionou que o novo CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, parece estar mais aberto a resolver os problemas com a cidade.

O mesmo acontecerá em breve com outras soluções que a tecnologia trará para a sociedade. Sadiq Khan destaca que assim como aconteceu com a Revolução Industrial não virão apenas mudanças positivas pela frente. Se a revolução anterior trouxe evolução em processos e escala de produção como pontos positivos, não podemos negar que trouxe muitas mudanças no meio ambiente e a substituição de antigas formas de trabalho gerando desconforto e insegurança em boa parte da população mundial. O mesmo deve acontecer com a nova Revolução Digital. Devemos aproveitar todos os benefícios e investir para que a vida de todos melhore como consequência. Caberá aos políticos e governos o desafio de criar e regulamentar leis que proporcionem isto de maneira mais igualitária trazendo crescimento econômico e social.

Não quero entrar no tema político, mas, se ao menos os nossos governantes soubessem sobre o que estou falando ficaria satisfeito…

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