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A arte da transformação

A velocidade das mudanças, tanto nas preferências e no comportamento do consumidor quanto nas tecnologias, foi tema recorrente no SXSW


14 de março de 2018 - 20h17

Não foi coincidência que na programação do SXSW 2018, foi possível encontrar nada menos do que nove sessões que explicitamente mencionaram a “transformação” no título. A velocidade das mudanças, tanto nas preferências e no comportamento do consumidor quanto nas tecnologias, foi tema recorrente no SXSW.

Em uma dessas sessões, “Transformation is not digital, it’s constant”, fomos convidados por Ayal Levin a refletir sobre o cerne da questão da transformação digital. O alerta aqui é de que a transformação digital baseia-se de fato em 4 pilares: pessoas, processos, propósito e cultura. A tecnologia tem mudado com tamanha velocidade, que focar apenas nela é um erro estratégico tremendo. O que hoje é uma transformação digital amanhã pode ser uma transformação de inteligência artificial e, em alguns anos, uma transformação de bioengenharia. A única constante é a transformação.

Dada essa constatação, é extremamente importante desenvolver a habilidade de transformar não só a experiência do usuário, mas as organizações, suas estratégias, seus funcionários. Ayal Levin apontou três áreas chave para criar e nutrir a capacidade da transformação:

Permaneça relevante

A relevância aqui é alimentada em dois sentidos: de dentro para fora e de fora para dentro. De fora para dentro o foco é em entender o consumidor, buscar dados fora da organização, fazer uso de técnicas de cocriação e design thinking para trazer idéias novas e conectar a organização com o “mundo lá fora”. É importante observar não só o consumidor, mas os concorrentes. Acompanhar as tendências não apenas do mercado específico, mas de outras áreas que hoje podem não afetar os negócios, porém amanhã podem mudar o jogo e pegar a empresa de surpresa. Uma organização fechada em si mesma reforça seus preconceitos e vícios, colocando em risco suas estratégias, pois as constrói em cima de hipóteses não validadas.

De dentro para fora o foco é em desenvolver talentos. Hoje, os funcionários buscam mais do que um bom salário, uma carreira estável. Eles querem permanecer relevantes, querem se desenvolver e ter um plano claro para isso. A retenção e o desenvolvimento de talentos demandam investimentos na criação de um Plano de Desenvolvimento de Pessoas, estabelecendo um relacionamento construtivo e positivo entre a organização e o funcionário, que claramente se ajudam mutuamente, mantendo a relevância e a evolução do indivíduo e da organização. Permitir e ajudar cada funcionário a se desenvolver, significa que em cada colaborador a organização tem um potencial agente de mudança, de inovação, e melhoria contínua.

Abrace mudança

A mudança não vai parar e o seu ritmo não vai diminuir. Portanto, sobreviver e crescer implicam necessariamente em abraçar a mudança como parte do “jogo”. É preciso garantir que as pessoas, os processos e a cultura da organização não estejam apenas abertos à mudança, mas a apliquem para crescer e gerar melhorias. Nassim Nicholas Taleb no seu livro “Antifrágil: Coisas que se beneficiam com o caos”, enfatiza justamente a importância de não somente ser resistente às mudanças, mas de fato ser capaz de evoluir quando “confrontado” com elas.

Como disse Eisenhower, “os planos são inúteis mas o planejamento é indispensável”. Admitir que um plano imutável é uma noção ingênua, incentivar as pessoas a detectar, avaliar e entender as mudanças, e evitar o “pânico” diante delas são todas ações necessárias para reeducar as pessoas nesse sentido.

A adoção de estratégias interativas é também relevante do ponto de vista de processos organizacionais. Um plano estratégico de 5 anos, que permaneça imutável, muito provavelmente se tornará obsoleto antes de ser concluído. Por que não buscar inspiração no desenvolvimento de produtos para gerir suas estratégia corporativa? Otimize sua estratégia constantemente!

Tenha senso de propósito

A transformação contínua e a manutenção da relevância, durante esse trajeto, demandam um profundo engajamento de todos aqueles que fazem parte dessa jornada. Entender qual o propósito e se identificar com ele é extremamente importante tanto para dentro da corporação, conectando funcionários, como para fora, conectando consumidores. David Aycan, na sua sessão “Leading for a Culture of Innovation & Creativity”, nos lembrou que o propósito da organização deve ser claro, útil e consistente, fator primário que influencia todas as grandes decisões da empresa. Para os funcionários é essencial entender porque fazemos o que fazemos. É necessário dar sentido ao trabalho executado, para conseguir engajamento genuíno e duradouro. Do lado do consumidor, fomos lembrados por Rohit Bhargava – na sua sessão “7 Non-Obvious Trends Changing The Future” -, que os consumidores de hoje querem ser reconhecidos nos produtos e serviços que consomem, buscando neles os valores que nutrem e um alinhamento do propósito.

A hora é agora e o transformação é o nome do jogo. Como diz Cesar Gon, CEO da CI&T, “Ganha o jogo quem aprende mais rápido!”!

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