As mil e uma utilidades do blockchain
Para Joseph Lubin, cofundador da Ethereum, a queda livre do bitcoin, uma das criptomoedas mais populares, abre espaço para discutir a aplicação da tecnologia além das finanças
Para Joseph Lubin, cofundador da Ethereum, a queda livre do bitcoin, uma das criptomoedas mais populares, abre espaço para discutir a aplicação da tecnologia além das finanças
Luiz Gustavo Pacete
14 de março de 2018 - 10h50
No ano passado, blockchain e criptomoedas apontavam no SXSW como grandes temas a serem acompanhados. Apesar de serem discutidos desde 2015, os assuntos ganharam forma na edição de 2017. Neste ano, pode-se dizer que foram as estrelas do SXSW, além de Elon Musk, é claro. O total de painéis e eventos relacionados a blockchain passa de cinquenta.
Entre eles, um dos principais destaques foi a entrevista com Joseph Lubin, fundador da rede de blockchain que abriga a criptomoeda Ethereum. Lubin falou para uma plateia de mais de três mil pessoas e praticamente abriu as principais discussões sobre a tecnologia. Ele afirmou que a discussão sobre blockchain ainda é limitada “restrita às criptomoedas e às negociações de corretoras, no entanto, essa tecnologia é capaz de mudar várias estruturas de negócios”.
Segundo ele, uma das aplicações para o blockchain é reduzir o custo de armazenamento de arquivos em nuvem. Como isso? Permitindo que computadores e servidores com espaços ociosos possam ser conectados e usados para suprir demanda de serviço em nuvem. De acordo com Lubin, o blockchain, por meio de suas redes, pode ser aplicado à produção e distribuição de conteúdo.
Lubin citou o exemplo de uma plataforma de música chamada Ujo, que permite a distribuição sem intermediação de grandes empresas. Ele explicou que o direito sobre o conteúdo é dos usuários que compartilham o projeto. E o principal objetivo é reduzir o poder das empresas intermediadoras que atuam na cadeia. Por fim, ele citou como comunidades globais podem se conectar para financiar projetos de impacto social pelo mundo.
Wal Flor, diretora-geral da Lynx, ressalta a importância do blockchain para a música. Segundo ela, “há mais semelhanças entre blockchain e a cena musical do que se pode imaginar”. “A indústria fonográfica já sofreu e ainda sofrerá grandes transformações por conta da tecnologia. Bom para as bandas e artistas que conseguem eliminar intermediários desnecessários, que encarecem e elitizam o processo”, ressalta.
Para Bruna Rezende, da Ana Couto Branding, o blockchain contrasta com bancos de dados tradicionais, que possuem um único administrador que detém e controla os dados. “O “protocolo” do bloco permite transações diretas entre duas ou mais partes, autenticadas por colaboração em massa e impulsionadas por incentivos econômicos e interesses próprios”, afirma. De acordo com a pesquisa internacional Grand View Research, o mercado global de blockchain deve movimentar US$ 7,74 bilhões até 2024.
Veja também
O que de mais interessante vi e vivi no SXSW 2018
Na minha visão o SXSW 2018 foi sobre um futuro baseado em relacionamentos melhores e mais profundos entre pessoas – com as máquinas e a tecnologia servindo como meio para isso acontecer.
E o Interactive Innovation Awards?
Ela é uma premiação dentro do SXSW Interactive que ocorre nos últimos 21 anos