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O que fazem as marcas aqui no SXSW?

O SXSW continua sendo, ainda, um dos eventos de ponta na definição dos caminhos do futuro e estar aqui coloca por sobre essas marcas uma camada de diferenciação estratégica que as que não vem aqui, nunca terão


14 de março de 2018 - 11h00

Às vezes confesso que fico em dúvida. Mas acho que cheguei a algumas conclusões, que divido aqui com você.

Há dezenas de ativações espalhadas pela cidade. E há marcas de toda natureza.

Vamos dividir, para não embolar.

Vamos de cara separar centenas de marcas e empresas que estão aqui na feira do evento.

Trata-se de uma exposição de tecnologias e serviços que, por conceito, interessam comercial e tecnicamente para as milhares de pessoas, todos profissionais, que circulam pelo evento. Business as usual, no big deal. Faz sentido.

Há uma outra família de marcas que são os publishers e as plataformas de distribuição de conteúdo.

Estamos falando de Mashable, TechCrunch, Fast Company e afins, e mesmo de Google, Facebook, You Tube, Instagram, Pinterest, Twitter e outras congêneres. Temos ainda a HBO, por exemplo, que é um outro bicho.

Essas empresas estão aqui, todas elas, trabalhando de alguma forma na cobertura do SXSW, aproximando-se ao vivo de seus públicos, mostrando o que pensam através de palestras e festinhas animadas. Faz sentido.

Há, por outro lado, os grupos de agências de propaganda, que buscam infiltrar-se na grade de conteúdo, para mostrar seu conhecimento de tecnologia e inovação, em busca de serem percebidas como empresas de ponta nesses temas.

A maior parte não é, nem passa longe disso, mas ao caprichar no PR dizendo que estão no SXSW, imaginam impressionar os profissionais, que estão por aqui ou não, e que detém algum poder de decisão nos investimentos de marketing e propaganda. Hum, faz sentido, vai.

Outras marcas que estão sempre por aqui são os países. Uma dezena de países, entre eles o Brasil, vendem a marca do seu País como ninho da inovação, notadamente através de showcases de startups. Para atrair aqui capital e fomentar o desenvolvimento tecnológicos desses países. Faz sentido.

Mas o grupo de empresas e marcas que mais me intriga são algumas como McDonald’s, Mazda, Mercedes-Benz e Smart Car, Under Armour, Bud Light, a nossa Natura, por aí vai.

O que empresas de consumo final, afinal, fazem aqui, posto que não estão vendendo seus produtos?

Não faz sentido investir o dinheiro que investem para atingir 100 mil consumidores. Um post no Facebook funcionaria muito melhor.

Vou pegar um exemplo que me chamou mais a atenção, o da Mercedes.

Acabo de voltar do Mobile World Congress, de Barcelona, e ela também estava lá. Ativando o conceito de Artificial Intelligence/Future of Mobility.

O MWC é uma feira caracteristicamente de negócios, em que a conectividade comanda. E agora, os carros estão todos conectados. São aparelhos móveis online, como um celular. Faz sentido estar lá. Aliás, pelo menos uma dezena de montadoras estava lá também.

Aqui, a Mazda, que durante anos foi patrocinadora oficial do evento, abriu espaço para a Mercedes, que chegou chegando.

Montou um baita espaço isolado só dela para ativar seu conceito de conexão, inovação e integração com o digital. Sempre sob o mesmo conceito de Future of Mobility.

Há, suponho, pelo menos algumas dezenas de pessoas de varias áreas da montadora envolvidas internacionalmente nessas operações. Digo, ativar a marca não em Salões do Automóvel mundo afora, mas em feiras de inovação e tecnologia.

E por que?

Bom, cheguei, como disse, a algumas conclusões.

A primeira é que as lideranças de marketing e comunicação dessas empresas começam a enxergar o mundo em que vivemos de forma diferente.

Um Diretor de Marketing com perfil mais tradicional jamais aprovaria o investimento de um centavo sequer da Mercedes, ou do McDonald’s, ou outras que citei, num evento como o SXSW.

Dizer que o mundo está mudando significa dizer que essas marcas começam a perceber que será a conectividade que vai fazer a diferença. Será a tecnologia que vai comandar e alimentar as relações das marcas com seus stackeholders.

Pois o SXSW continua sendo,ainda, um dos eventos de ponta na definição dos caminhos do futuro e estar aqui coloca por sobre essas marcas uma camada de diferenciação estratégica que as que não vem aqui, não terão.

Não se trata, assim, de uma preocupação mercadológica imediatista, mas de uma estratégia de posicionamento que integra o futuro. Aqui, em Barcelona, ou onde ele estiver.

Pois quer saber, pensando bem, faz um baita sentido.

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