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Bem-vindos a era do “employee branding”

No meu último dia de SXSW assisti a uma palestra sobre o futuro da atração e retenção de talentos apresentado pela coach e profissional de RH, Amanda Townsend


16 de março de 2018 - 11h15

(Crédito: reprodução)

No meu último dia de SXSW assisti a uma palestra sobre o futuro da atração e retenção de talentos apresentado pela coach e profissional de RH, Amanda Townsend.

Os milênios serão 75% da força de trabalho global até 2025, e a geração Z começará e entrar no mercado de trabalho com mais força. Atualmente, as empresas nos EUA estão perdendo $ 30,5 bilhões de dólares por ano devido a desafios com retenção dos millenials. A abundância de oportunidades que o mundo digital fornece torna ainda mais difícil engajar essa turma num mesmo emprego, ou atrair para novas oportunidades.

As gerações da era digital se preocupam com mais do que simplesmente obter uma promoção, eles querem deixar um legado significativo em sua comunidade global. Então como as empresas estão apoiando as novas gerações e capacitando seus funcionários para serem líderes e cidadãos do mundo?

Numa sessão cheia de dados, Amanda passou por 07 estratégias-chave sobre como atrair, reter, motivar e envolver os Millenials e o que esperar da Gen-Z:

01) Onboarding:
As empresas precisam entender que engajamento e retenção começam antes mesmo do primeiro dia de trabalho. Devem estabelecer um processo de “onboarding” para acolher e reter talentos já que 86% dos novos contratados decidem se ficarão ou não na empresa nos primeiros 6 meses no emprego.
Para os millenials, a relação com o trabalho vai alem do trabalho em si, entendem que as relações com colegas de trabalho são como uma segunda família e esperam um ambiente de trabalho social e leve. Vale lembrar que 89% de todos as gerações de trabalhadores acreditam que o equilíbrio entre trabalho/vida pessoal é o que os fazem serem mais felizes.

02) Integração Trabalho/ Vida Pessoal:
Para essas novas gerações, flexibilidade de horário é fator chave para engajamento, lealdade e produtividade nas organizações. A maior parte dos millenials (61%) acham que seus empregadores poderiam prever crises de estresse se oferecessem horarios mais flexiveis de trabalho, e 45% optariam por flexibilidade a compensação financeira (Gallup, Inc.).

03) Reconhecimento:
Segundo as pesquisas apresentadas pela speaker do painel, 09 em cada 10 gerentes estão insatisfeitos com os modelos atuais de avaliação de pessoas. O modelo de avaliação anual está morto e empresas como Accenture, GE e Netflix já estão aplicando conceitos mais modernos, de acompanhamento e feedbacks regulares. 44% dos millenials que tem encontros regulares com seus superiores, são mais engajados na empresa.
Outro fator que contribui para retenção e atração são reconhecimentos financeiros. Segundo pesquisa da Career Builder, 44% dos millenials tem pelo menos 2 trabalhos, ou fontes de receita diferentes. E 52% mudaram de trabalho nos ultimos 12 meses em virtude do salário (Staples Business Advantage).

04) Desenvolvimento profissional:
Se tivéssemos que elencar a principal iniciativa para retenção e atração, seria oferecer oportunidades de crescimento aos seus funcionários. A falta de treinamento e oportunidades é o fator numero 1 para que os funcionários deixem seus empregos.
66% dos funcionários procuram por oportunidades dentro da própria empresa antes de buscar fora dela, mas sentem que não estão recebendo o devido suporte para galgar próximos passos. 84% dos empregados não sentem que seus empregadores oferecem plano de carreira e para 30% dos Millenials que já estão em posições de liderança, não se sentem preparados para a função (estudo deloitte).

05) Diversidade e Inclusão:
Contratar diferentes tipos de pessoas e criar um senso de comunidade é mais uma grande dica para retenção. Somente 30% dos profissionais de RH dizem ter uma definição de diversidade e inclusão em suas empresas (SHRM). Vale lembrar que os Millenials são a geração mais diversa da história, e buscam por diversidade e inclusão de seus empregadores. Temos que deixar de atuar pontualmente com diversidade e abraçar isso como parte da cultura da empresa.

06) Impacto Social:
A geração Z quer mudar o mundo, mais do que qualquer outra geração na história. Eles precisam entender o impacto que causam na sociedade e no planeta para se sentirem mais engajados. 64% dos millenials não entram num emprego se a empresa não tiver praticas de responsabilidade social e 86% são mais leais as companhias que ajudam a contribuir com questões sociais e ambientais.

07) Colaboradores como porta-vozes de marca:
Antes de pensarmos em como vamos vender nossos produtos e serviços com mídias e influenciadores externos, as marcas tem um potencial tremendo de começar pelos influenciadores internos, criando sua rede advogados de marca com a credibilidade de quem está por dentro do funcionamento da organização. Na era da comunicação em rede, confiamos muito mais no que as pessoas falam sobre as marcas do que o que elas mesmas falam delas. 62% dos candidatos procuram pelas paginas das empresas nas redes sociais antes de se aplicarem a uma vaga. Usar os próprios colaboradores pode ser uma poderosa ferramenta para atrair novos talentos. 48% das “100 melhores empresas para se trabalhar” declararam que vão investir em porta-vozes de marca internos.
Vale dar uma olhada na ação mais recente da Apple: https://www.apple.com/diversity/. Outras que já aplicam esse formato: Airbnb, Starbucks, Deloitte, Dropbox, Booking.com, Amazon, GoDaddy, WeWork.

Pra mim esse é um dos grandes temas do momento. Num mundo cada vez mais aberto e conectado, a cultura das empresas está cada dia mais exposta nas páginas da internet e das redes sociais.

A nova força de trabalho e de consumidores, os chamados Millenials e geração Z, não toleram mais dissonâncias do que uma marca promete num comercial de televisão e como ela faz isso de verdade, dentro de casa. O processo construção de marca, nasce de dentro, da sua cultura interna, do conjunto de características e valores que seus colaboradores carregam e são estimulados pela empresa. A saúde dos negócios depende de ter pessoas engajadas e felizes trabalhando neles.

Engajar, reter, qualificar, diversificar e valorizar os colaboradores virou a essência das marcas e negócios na nova economia.

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