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Meus dez aprendizados principais

São mais de 1.000 palestras, dezenas de workshops, expositores e pitches de startups, além dos muitos espaços fora dos Hotéis e Centro de Convenções, que propiciam vivências incríveis nas ativações de diversas marcas e veículos


16 de março de 2018 - 14h48

É impossível não voltar de Austin entusiasmadíssimo com o que nos espera nos próximos anos e com a certeza de que não temos escolha: é preciso entender este novo mundo “VUCA” e mudarmos rápido e sem hesitação.

Mas o SXSW é também muito (mas muito mesmo!) mais amplo e complexo do que qualquer tentativa de resumi-lo. São mais de 1.000 palestras, dezenas de workshops, expositores e pitches de startups, além dos muitos espaços fora dos Hotéis e Centro de Convenções, que propiciam vivências incríveis nas ativações de diversas marcas e veículos.

Os 10 aprendizados abaixo trazem um resumo daquilo que mais me marcou neste ano que, tenho certeza, provavelmente sera bem diferente de qualquer outra pessoa que foi ao mesmo festival. Pois o SXSW é assim mesmo: cada um tem a sua própria experiência.

1. A evolução do reconhecimento de voz será uma próxima onda tecnológica. O que não imaginávamos alguns atrás com relação às “touch screens “ e ao uso das nossas digitais como identidade em nossos mais diversos devices e interfaces, migrará nos próximos anos para o “voice recognition e voice print” integradas à inteligência artificial, fazendo o acesso à tecnologia ser ainda mais simples e acessível: de crianças e idosos, a pessoas com algum tipo de deficiência;

2. O universo digital e o universo físico estarão mais e mais integrados. Tecnologias como Inteligência Artificial, Realidade Virtual, Realidade Aumentada e o próprio reconhecimento de voz que acabei de citar, propiciarão experiências cada vez mais integradas ao nosso dia a dia: de entretenimento, eventos e lojas/compras a utensílios domésticos, ambiente de trabalho e carros;

3. Países mais ou menos desenvolvidos e/ou mais ou menos democráticos lidarão de forma diferente com os limites éticos no controle e manipulação de seus cidadãos – pelo acesso aos seus dados e uso de algoritmos. Diferenças relevantes na regulamentação de país para país, como já acontece com a Alemanha e com os Estados Unidos, poderão brecar e/ou impulsionar o desenvolvimento e avanço de algumas tecnologias, com destaque para a Inteligência Artificial, que provavelmente fará da China o país mais avançado justamente pela falta de limite (e de escrúpulos) no acesso, uso e exposição de dados da sua população;

4. A biotecnologia avançará ainda mais e revolucionará a medicina, trazendo mais longevidade e qualidade de vida para as pessoas.
Com o risco deste avanço se concentrar mais nos países e classes sociais mais abastados e gerar ainda mais desigualdade no mundo, não há dúvida de que os avanços na medicina continuarão acontecendo a passos largos. Viveremos muito mais e nossas cidades, governos e famílias precisarão se preparar para esta nova realidade;

5. As grandes metrópoles estarão cada vez mais populosas e caóticas mas, por outro lado, cada vez mais inteligentes (Smart Cities): foram muitos os painéis e expositores que apresentaram exemplos de soluções tecnológicas que resolverão muito dos problemas dos centros urbanos, facilitando a vida das pessoas em diferentes aspectos;

6. Os assuntos Reputação Corporativa e Cultura Organizacional ganharão mais e mais importância dentro das empresas. As novas gerações se identificam mais com marcas cidadãs e verdadeiras e, na grande maioria das vezes, a autenticidade e coerência (“ser” de verdade o que quer “parecer”) de uma empresa tem total relação com o comportamento dos seus fundadores, gestores e colaboradores. A era da transparência radical continuará estimulando mudanças profundas nas corporações;

7. Novas profissões e capacitações continuarão surgindo com muitas velocidade. Dificilmente teremos mão de obra qualificada para todas as novidades tecnológicas que surgiram e ainda vão surgir. A capacitação e o treinamento tendem a ganhar muito espaço nas empresas. Além disto, o empreendedorismo e a Geek Economy chegaram para ficar e continuarão criando novas formas de se trabalhar e de se relacionar com parceiros e colaboradores;

8. O trabalho colaborativo e em rede será condição de sobrevivência para a maioria das organizações. Novas tecnologias continuarão surgindo e a fronteira de quem é um parceiro, um colaborador ou mesmo um competidor será cada vez mais sutil ou inexistente. Para atingir seus objetivos mercadológicos e o impacto social – tão fundamental nesta nova era – marcas se conectarão mais e mais com profissionais autônomos, startups, negócios sociais, ONGs e também com outras marcas – concorrentes ou não;

9. A diversidade e o respeito às diferenças é um caminho sem volta. O combate a qualquer tipo de preconceito entrou fortemente na pauta do festival e percebi três motivos principais. 1) A consciência de que será cada vez mais constrangedor fazer qualquer distinção entre pessoas, 2) A evidência de que a mistura de pessoas com diferentes origens, pontos de vista e experiências de vida tende a potencializar a criatividade e a inovação e 3) Com o crescimento exponencial do uso de inteligência artificial, – que é um retrato do que SOMOS HOJE e não do que DEVERÍAMOS SER – torna-se fundamental que aqueles que estão por trás dos algoritmos sejam pessoas cada vez mais heterogêneas;

10. Continuará se intensificando no mundo a busca pela expansão da consciência, Pois por trás de marcas cidadãs, haverá sempre um líder consciente e engajado e para conseguirmos ter visão holística, empatia e coragem para lidar com o stress, a angústia e a necessidade constante de mudança, será fundamental investirmos mais tempo e recursos em mecanismos de autoconhecimento, inclusive no mundo corporativo.

Neste SXSW, fiquei também impressionado com os quase 1.300 brasileiros presentes no evento, certamente uma das maiores delegações estrangeiras, (se não foi a maior!).

Tivemos espaços brasileiros muito bacanas, como o Be Brasil da Apex, que trouxe diversas empresas e startups para o Festival e vários artistas também no lineup do Festival de Música, como Filipe Catto, Silibrina, Tiê, Papisa, dentre outros.

Num momento tão particular do no nosso país, quando ainda estamos muito descrentes com a nossa política e governantes, a presença do Brasil no SXSW nos dá um sopro de esperança num futuro melhor.

Até 2019!

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