O bagulho é louco e o processo não é nada lento
Me parece que todos vieram buscar conhecimento, o que deixaria bem feliz nosso grandessíssimo amigo ET Bilu. Mas não é só isso
Me parece que todos vieram buscar conhecimento, o que deixaria bem feliz nosso grandessíssimo amigo ET Bilu. Mas não é só isso
13 de março de 2016 - 12h17
Fui ingênuo, confesso.
Havia listado, no meu primeiro artigo, os seis rolês que não poderia perder no SXSW.
Esse número foi multiplicado por doze.
Me parece que todos vieram buscar conhecimento, o que deixaria bem feliz nosso grandessíssimo amigo ET Bilu. Mas não é só isso.
Respirar os ares Austinianos faz com que a cabeça dê uma leve bugada.
Por mais que vários dos assuntos abordados no evento sejam disfarçados de um jabacolé enrustido ou de temas que já se tornaram domínio público como carro autônomo, traquitanas que prometem ultrapassar o teste de Turing, consolidação do consumo de conteúdo por meios digitais e o infinito e além… É do car*%# fazer uma conexão entre todos os temas juntos ao mesmo tempo e misturados.
E confesso que só consegui fazer isso à noite.
Numa mesa de bar, com seis cervejas extremamente lupuladas em minha cabeça e rodeado de novos/velhos amigos.
Assistir painel não tem glamour não meu irmão.
O pau come.
Correria violenta, filas intermináveis, cheiro de jaula, calor e disposição para prestar a atenção durante duas horas de speechs em inglês. Ao mesmo tempo pensar em tudo aquilo enquanto delicio aquele maravilhoso junk food delícia que só o pessoal da terra do Obama sabe fazer.
Em tempo, ontem teve painel com ele.
E parecia feriado prolongado daqueles que paulista desce pra Praia em busca daquela porção de camarão com seus pezinhos brancos na areia. Lotado pra cacete. Teve sorteio antes pra quem poderia participar? Teve.
Mas tem uma coisa que você deve aprender antes de vir pra cá. Fica na fila irmão, uma hora te colocam pra dentro.
Enquanto eu preferi me deliciar procurando MAIS UM painel de carro autônomo do Google – que aliás foi muito bom – meus amiguinhos preferiram ficar na fila tentando ver o homem mais poderoso da Terra, atrás do Silvio Santos… Óbvio.
E não é que eles conseguiram adentrar no recinto e tirar aquela foto em baixa qualidade que municiou diretamente as redes sociais para esfregar na cara da sociedade que ele esteve lá?
Usei a mesma tática à noite para tentar entrar no show do Strokes.
Sem ingresso, sem blusa de frio e levemente alcoolizado usei de todo meu verbo To Be para convencer aquele bigodudo texano de quatro metros de largura a me deixar entrar para ver minha banda de rock dançante favorita com a expressão mais gostosa que você pode ouvir em inglês: free beer.
Ele deixou. Mas não por mim.
Porque entraram 60 pessoas juntas.
Mas, enfim, funciona.
E voltando ao assunto que comecei e não terminei.
Os painéis em si são muito legais, porém aposto que o cara que voltou para o hotel para nanar não teve o melhor que é digerir toda aquela bazuca de informações com seus amigos.
No meu entender isso é tão – ou até mais – importante que o festival.
Me arrisco a dizer que mesmo quem decida vir para cá sem o badge, vai aproveitar, e muito!, as informações e todo clima do festival.
Fora isso, daquela lista que fiz dos rolês, já cumpri a primeira que foi assistir três painéis que não são da minha área. A segunda também porque não fiquei na fila do Obama.
A terceira que seria ir a um rodeio, que no caso é hoje, infelizmente será cancelado por motivo de força maior..
… descobri que tem show do Public Enemy no mesmo lugar que foi o Strokes ontem e pretendo usar a mesma tática da noite anterior. Mas hoje bem agasalhado como Dna. Laura me ensinou.
E, não! Não esmiuçarei painéis e afins.
Já tem muita gente boa fazendo isso aqui.
Meu papel é tentar mostrar para vocês que há vida lá fora. Tem até um arco-íris.
Há vida na lama que circunda o SXSW.
Falando em lama seria gênio se o falecido é Chico Science fizesse um show por esses lados..
Isso aqui é a cara dele.
Eduardo Martin é head de projetos da DM9DDB
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