De volta para o futuro
Parecia meio surreal o que estávamos vendo, mas depois de uma googada, descobrimos que estávamos tomando café ao lado do Christopher Loyd, o Dr. Brown do filme De Volta para o Futuro
Parecia meio surreal o que estávamos vendo, mas depois de uma googada, descobrimos que estávamos tomando café ao lado do Christopher Loyd, o Dr. Brown do filme De Volta para o Futuro
15 de março de 2016 - 9h47
Queria escrever sobre a presença massiva de ações usando o VR esse ano no SXSW, estava preparando um texto bem bacana, mas o dia de hoje me causou tanto impacto por outros motivos que vou deixar o VR para um outro dia.
Começamos o dia cedo, reunião com um cliente num hotel bacanudo e tal. O cliente ia chegar um pouco mais tarde então pedimos um café completo, com ovos, french toast, cafe late. Enfim, é difícil comer direito no SXSW, então não dá pra desperdiçar esses momentos de espera, é uma chance pra comer ou dormir.
Em um certo momento percebemos uma figura familiar numa mesa próxima. Parecia meio surreal o que estávamos vendo, mas depois de uma googada, descobrimos que estávamos tomando café ao lado do Christopher Loyd, o Dr. Brown do filme De Volta para o Futuro. O cliente chegou e ficamos um pouco tensos, falando de negócios, VR, etc, e o Doc Brown ali, tranquilo lendo seu jornal (de papel) e tomando seu late, incógnito.
Quando o cliente começou a assistir nosso filme no oculus rift, fomos até a mesa do nosso ídolo de infância agradecê-lo por ter sido uma fonte de inspiração para o que somos hoje: inventores e cientistas malucos viajando pelo tempo/espaço. Perguntamos se podíamos tirar uma foto com ele depois, ele disse que tudo bem, mas só de olhar pra ele já estávamos satisfeitos e quase em prantos.
Depois de um tempo, ainda conversando com o cliente, o querido Dr. Brown chegou na nossa mesa e disse: agora eu posso tirar a foto com vocês. Depois disso, ficamos meio zonzos, e entramos na palestra da Under Armour falando de como a big data combinada com os wearables da marca estão fazendo eles passarem a frente de outros gigantes de artigos esportivos. Tecnologia misturada com roupas, que poderão em breve prever que você terá uma doença antes mesmo de qualquer vidente, ou médico.
Pra dar uma acalmada nos ânimos, uma palestra com o JJ Abrams, o diretor do último Star Wars, só isso. Nem vou falar do assunto, não sou tão nerd assim e sinceramente ainda preciso assistir todos os filmes da saga pra poder ter o direito de falar, e entender porque tantos marmanjos se aglomeraram pra pedir um autógrafo daquele carinha engraçado. Don’t judge me please.
Depois de mais umas voltas, pintou no caminho a casa do Japão, onde startups e empresas estavam mostrando um pouco do que há de mais novo em inteligência artificial e robótica.Tudo bem bacana, simples até, robôzinhos esquisitos, carros minúsculos, até que vimos uma aglomeração. Era o robô de Hiroshi Ishiguro sentado na mesa batendo um papo com as pessoas.
Isso foi a coisa mais creepy and awesome que já fiz na vida, bater um papo com um robô praticamente idêntico ao criador dele, que também estava lá só que um pouco menos sóbrio…imagina um dia você mandar seu robô para uma apresentação e ficar tomando saquê em outro lugar? parece futuro? nada, isso aconteceu hoje na minha frente.
Comecei a pirar pensando que no futuro, haverá tanta big data acumulada e a inteligência artificial vai avançar tanto, que poderemos sim ser imortais. Como o Hiroshi. Muitos podem falar que o robô nunca vai ter alma, que isso tudo é bullshit. Mas em 2 minutos de conversa eu já tinha quase esquecido que ele não era de carne, e ele me fez rir mais do que o sósia humano dele.
Medo disso tudo. And thanks doc.
Janaina Augustin é diretora do núcleo de inovação Outras Telas da O2 Filmes
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