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O presente é incrível!

Isso mesmo! Pouco se falou sobre o futuro


18 de março de 2016 - 10h04

Não posso resumir as 40 horas de palestra em texto ou PPT e muito do que ouvi, li e conversei ficará arquivado no HD para uso diário.

O presente é incrível! Isso mesmo! Pouco se falou sobre o futuro.

É como diria minha mãe: no futuro todos estaremos mortos.

Realidade virtual, inteligência artificial, carros sem motoristas , wearables, internet das coisas , realidade aumentada tudo isso já está aí a sua disposição com preços razoáveis, players consolidados e modelos de negócios bem estruturados. É minha primeira edição, mas garanto que esses assuntos já foram tratados como o “the next thing”, no entanto, agora só se discute como dar tração e gerar escala.

Volta frustrado quem veio com a expectativa de levar no tablet as inovações que certamente mudarão o mundo dos negócios. Nas palestras Não há nada que não se tenha ouvido falar insistentemente por aí. A diferença é que claramente a indústria está discutindo como escalar essas tecnologias rapidamente. Spread it now foi o que ouvi em alguns debates.

E é aí que mora a grande oportunidade. Se você está discutindo se investe num site responsivo, sorry, too late.

Faz já é coloca na pauta um app para Smartwatches porque é por aí que a banda toca.

Se quiser surfar essa onde comece a remar já.

Ninguém por aqui discute se as famílias comprarão uma alexia para organizar a casa e agenda (Amazon), pois já assumiram que estará na casa de americanos da classe média nos próximos 24 meses. O ponto é o impacto que ela exercerá sobre o comércio local e como garantir que essa história funcione nos bastidores: logística!

Sobre propaganda e marketing é perceptível o quanto já abandonaram discussões triviais do Brasil, como a migração de verba do off para on-line, omnichanell, mobile, conteúdo, etc.

Aqui já substituíram o mobile first por mobile only!

Ninguém está aqui para discutir o óbvio. As palestras chocam pela naturalidade com a qual debatem o papel das marcas hoje: ser útil e proporcionar experiências. Só isso.

Não se fala sobre a necessidade das marcas gerarem conteúdo, a discussão gira em torno de como distribuí-lo de forma personalizada e alinhada à jornada de cada cliente.

Aparecem nos keynotes a necessidade das marcas investirem em plataforma proprietária , estabelecerem KPI’s e contar histórias personalizada por meio de conteúdo, quando e onde o cliente desejar consumir.

Repito: estão falando sobre o presente.

Ouvi por aqui nomes de cargos que demonstram o quanto já avançaram neste sentido. Já ouviu falar de diretor de experiências on e off-line? putz! Fui lá perguntar o que faz um cara desse e descobri que seu papel é Garantir que o momento da verdade seja incrível! Só isso, novamente!

A netflix tem uma equipe de 25 designs para fazer testes A/B, sendo a principal entrega melhorar a experiência de navegação do cliente.

Os caras estão muito à frente, muito!

Aqui, diferente de Cannes, não se fala do case com a “big idea”, os caras focam no uso da tecnologia para melhorar a experiência que a marca pode proporcionar.

O Airbnb chacoalhou o auditório quando explicou sua preocupação em entregar uma boa experiência no “momento da verdade”. Ou seja: quando o hóspede chega na e é recebido.

Segundo eles, a experiência de chegar na casa pode ser impactada por variáveis incontroláveis, as quais eles não se preocupam e não tentam mapear: o voo pode atrasar, o táxi demorar ou você estar simplesmente cansado. Depois de tudo isso como entregar e garantir uma boa experiência? Eis que entra uma equipe de designers, cujo o trabalho é avaliar uma série de KPI’s para assegurar que a promessa seja cumprida. Está aí o papel da Marca na vida das pessoas.

É uma conversa meio off-line para um festival de tecnologia, mas como muitos repetiram por aqui: sem histórias os dados não terão relevância.

Mesmo os adblockers, cujo o nome é suficientemente explosivo para gerar bons debates, foi meio esquecido. O crescimento do consumo de mídia on demand já é uma manifestação grande o bastante para encerrar o debate sobre a rejeição dos millenials a propaganda tradicional. As marcas possuem somente uma alternativa: contar histórias e entrega-las dentro de uma jornada do cliente e não delas.

Houve painel sobre as marcas unbrand, isso mesmo. A pergunta óbvia ao CMO da MasterCard: como mensurar resultado, quando você está falando sobre experiências, sem citar diretamente o seu produto? A resposta, ainda mais óbvia: ” a minha propaganda não se limita à TV, jornal e revista, eu conto histórias e mensuro como as pessoas engajam”.

Sensacional!

É isso aí! O presente é incrível.

Pablo Satyro é executivo de marketing da Telha Norte

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