Nem tudo que é hype vem de San Francisco
O milionário escocês Pete Cashmore, fundador do site Mashable, acredita que, independentemente da “pegada” de quem distribui, há alta demanda por bom conteúdo
O milionário escocês Pete Cashmore, fundador do site Mashable, acredita que, independentemente da “pegada” de quem distribui, há alta demanda por bom conteúdo
Luiz Gustavo Pacete
10 de março de 2017 - 16h29
Eu preciso me apresentar? Foi desta forma que o milionário escocês Pete Cashmore, fundador do site Mashable, iniciou sua fala no SXSW 2017. Habitué do festival, Cashmore é uma daquelas figuras interessantes pela trajetória. Atualmente com 31 anos de idade, virou milionário com pouco mais de vinte anos. Já foi apontado por diversas vezes entre os nomes mais influentes da atualidade por publicações como a Time, Forbes e Ad Age. O Mashable surgiu em 2005 após Cashmore decidir ter deixado a faculdade e focado na plataforma que, atualmente, possui mais de cinco milhões de seguidores no Facebook, ultrapassando oito milhões no Twitter.
Em sua participação deste ano, Cashmore conversou com representantes de veículos como The Hollywood Reporter e empresas de entretenimento como Endemol Shine e Lionsgate em um painel cujo tema era “How Tech is Shaping the Future of Entertainment”. No centro de sua argumentação, o fato de que muitas plataformas estão fazendo coisas muito parecidas, como vídeo, mas que precisarão buscar sua vocação. “Snapchat, Twitter, Facebook, Instagram, todos estão com ferramentas de vídeos”, observou.
Conhecido por suas declarações dizendo que não assiste TV, Cashmore não acredita que as plataformas de streaming vão acabar com a TV paga, por exemplo, para ele, existem estilos e formatos para todos. “Eu quase não ligo a TV, mas acabo usando para assistir alguns tipos de conteúdo como um show ao vivo ou o Super Bowl”, disse Cashmore, que criou o Mashable em 2005.
Um milionário fora do padrão do Vale do Silício
Cashmore divide seu tempo entre a Escócia, mais especificamente em Banchory, onde nasceu a plataforma, e os escritórios em Nova York e San Francisco. Já esteve algumas vezes no Brasil. Em 2012, participou do Rio+Social como parceiro e palestrante. Na ocasião, reforçou sua visão de que as mídias sociais cumpriam um papel social e não somente de conteúdo. “Estamos tentando fazer com que as mídias sociais, e através da tecnologia, todos possam ser envolvidos nas discussões que estão acontecendo, tornando-as mais acessíveis”, disse.
No ano de 2012, o Mashable foi sondado pela CNN, na ocasião, muitos sites chegaram a noticiar que a emissora teria comprado o site por cerca de US$ 200 milhões. No entanto, o negócio não foi fechado. Em entrevista ao jornal canadense Globe and Mail, há alguns anos, falando sobre a criação do Mashable, Cashmore disse que é uma das exceções de empresas de tecnologia nascidas no Vale do Silício. “Eu não tinha contatos na Califórnia e nem estava no Vale do Silício. Mas tentei explorar um nicho falando de alguns gadgets e acabou dando certo”, disse.
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