Todos têm o vídeo, e agora?
A grande questão é o que vai diferenciar Facebook, Twitter, Snapchat e Instagram em termos de distribuição e formatos
A grande questão é o que vai diferenciar Facebook, Twitter, Snapchat e Instagram em termos de distribuição e formatos
Luiz Gustavo Pacete
11 de março de 2017 - 10h54
No SXSW, nem todo tema importante ou que sinaliza uma tendência está explicito. Nas entrelinhas e nas discussões periféricas muita coisa é dita e discutida. Na manhã desta sexta-feira, 10, em um painel sobre como a tecnologia vai mudar o futuro do entretenimento, Bonnie Pan, presidente da Endemol Shine Beyond USA, levou a discussão para a necessidade de as plataformas buscarem maneiras de se diferenciar em vídeo.
“Tem vídeo no Twitter, Snapchat, Instagram e Facebook e vai existir, naturalmente, a necessidade de cada um buscar sua vocação”, disse, ressaltando que não descarta a possibilidade de ver o aumento na parceria dessas empresas com produtoras de conteúdo assim como fez, em fevereiro, o YouTube com o lançamento de sua plataforma de streaming que terá conteúdo produzido por ABC, CBS, FOX e outros. Outra ação importante deste contexto é da NBC que investiu US$ 500 milhões em ações do Snapchat.
Neste contexto, pontuado por Bonnie, veja a situação atual das principais plataformas que estão investindo em vídeo e o ponto-chave em cada uma delas:
Facebook
Para o Facebook, o formato em vídeo é um dos pilares de sua base de usuários, atualmente em 1,6 bilhão, e é estratégico para ampliar o tempo das pessoas na plataforma. Em abril do ano passado, a empresa criou uma de suas principais ferramentas voltadas ao tema, o Live. De acordo com o Facebook, é possível observar um número dez vezes maior de comentários em vídeos ao vivo do que nos tradicionais. A empresa informou que, desde maio de 2016, o número de pessoas fazendo vídeos ao vivo na plataforma aumentou quatro vezes. Em dezembro de 2016, o Facebook lançou o Live 360° com a primeira transmissão ao vivo realizada pela National Geographic diretamente da Estação de Pesquisa do Deserto de Marte em Utah, nos EUA.
Twitter
Nos últimos dois anos, o microblog anunciou dez lançamentos relacionados a vídeo. O Twitter quer se posicionar como plataforma de vídeo premium e por isso o esforço da plataforma em criar esse ecossistema. O live vem permitindo a transmissão de eventos como jogos da liga nacional de futebol americano e, recentemente, a transmissão do Grammy Latino em parceria com a Billboard. De acordo com o balanço do quarto trimestre do ano passado, o Twitter contabilizou um total de 600 horas de vídeo premium no período, alcançando 31 milhões de usuários. Em dezembro do ano passado, o Twitter incorporou o aplicativo de vídeo ao vivo Periscope a suas transmissões, ferramenta adquirida um ano antes e, segundo estimativas extraoficiais, pode ter custado até US$ 100 milhões.
Snapchat
O Snapchat, que acaba de abrir capital na bolsa e já vale mais de US$ 30 bilhões, informou em seus documentos relacionados ao processo de abertura de capital que será uma empresa especializada em câmeras cujo produto central é o Spectacles, óculos lançados em setembro do ano passado. “Reinventar a câmera representa nossa maior oportunidade para melhorar o modo como as pessoas vivem e se comunicam”, disse a empresa no relatório. Na ocasião da sua abertura de capital, a ABC comprou US$ 500 milhões em ações da empresa reforçando a parceria que já mantinha com a empresa desde a Rio 2016.
Instagram
Desde o ano passado, o aplicativo ganhou enorme força incorporando ferramentas como o Stories, que concorre diretamente com o Snapchat, e adicionando a possibilidade de vídeo ao vivo. Suas investidas tiveram impacto direto em seu principal concorrente. No início do ano, um levantamento do site TechCrunch mostrava que o efeito Stories chegou a reduzir em até 40% a curva de crescimento do Snapchat.
Veja também