Lacuna Inc e o Brilho Eterno de uma Mente com Ideias
O papel das agências não é mais apenas comunicar. É criar o que vai ser comunicado.
O papel das agências não é mais apenas comunicar. É criar o que vai ser comunicado.
15 de março de 2017 - 11h14
Os melhores conceitos são os pais das melhores campanhas. Porém, após um teste de DNA, foi comprovado que bons conceitos também são pais de bons produtos.
• Mas Rodolfo, você está falando das empresas?
• Não. Estou falando das agências.
Refrão da coluna:
Olha pra mim. Presta atenção. O papel das agências não é mais apenas comunicar. É criar, junto com o cliente, o que vai ser comunicado. E quando eu digo isso, falo sobre a coisa física mesmo: pensar, prototipar, testar, testar, testar, mudar, mudar, e por aí vai.
Isso foi algo bem visível quando entrei nos pitches das StartUps. Separados em temas, cada apresentador tinha um tempo insignificante para mostrar pra todo mundo o tamanho do seu App. Em transportes, por exemplo, eu perdi as contas de quantas vezes a Ford foi citada.
Mas tuuuuuuuuuuuu (palavrão censurado), a Ford não deveria pensar nesse tipo de coisa dentro da própria empresa? A resposta é: eles têm mais o que fazer. E, enquanto eles pensam no próximo motor, a nossa função é pensar no que existe em volta do carro.
O melhor exemplo é também o mais famoso. Quem deveria ter criado o Waze?
A) Peugeot
B) Ford
C) Volkswagen
D) Fiat
E) Meia dúzia de engenheiros israelenses
Refrão x2
Entendeu? Imagine o carro como o ponto central do gráfico e veja tudo que existe em volta: as ruas, calçadas, caminhos, etc. Nosso papel é tapar os buracos (literalmente) para que o prazer de dirigir seja ainda melhor.
Um outro grande exemplo disso explodiu o meu cérebro em Cannes. O ano era 2013 e foi o lançamento do segmento de Innovation no festival. Diferente das outras categorias, o lance ali era subir no palco, pagar uns polichinelos e vender seu peixe. Logo após a apresentação, um grupo liderado por David Droga (aquele sujeito que tem uma agência derivada de seu sobrenome) mandava uma saraivada de perguntas. Bueno.
O pitch estava fervendo de grandes ideias Marvel (aquelas que terminam salvando o mundo), quando um oriental subiu no palco. De forma meio tímida, ele apresentou o Nekomimi. O vídeo mostrando WTF is it está lá embaixo, mas eu vou explicar em uma linha: o produto é um arco com orelhinhas de gato que, a partir da sua atividade cerebral, as tais orelhinhas se mexiam.
Tá rindo? Imagina como estava o Palais em Cannes. Todo mundo ria de rolar no chão. David Droga ria com a mão na barriga (no estilo Gato Felix). Após ideias sobre como controlar Tsunamis, veio um representante da 25 de Março vendendo orelhas.
Ok, mas tem mais. Escuta essa.
Na sequência, ele disse: “as orelhas foram um sucesso e foi então que lançamos esse rabo aqui”. E sim: era um rabo que mexia de acordo com o seu humor e o pessoal andava balançando o rabo no meio da rua. Nesse momento, eu vi umas 3 pessoas tentando, em vão, chegar ao banheiro antes de molhar o carpete do Palais.
Porém, quando estava faltando apenas 1 minuto para terminar, ele lembrou de algo :
• A nossa orelha e nosso rabo teve um sucesso enorme. Vendemos mais de 30 milhões de dólares e agora o seguimos fazer este projeto aqui.
Nessa hora, ele mostrou um fone de ouvido que – da mesma forma que os outros trecos – lia sua atividade cerebral e, pasmem, tocava a música que você estava pensando.
Rapaz. Nessa hora o mundo parou e eu já comecei a procurar no Google translator como falava #chupa em japonês: 吸います.
Refrão x2
Portanto, para começar a pensar em como entrar no negócio do seu cliente (no bom sentido da palavra), comece de forma simples e “lean” (já leu o livro Lean Startup, de Eric Ries?). Procure fazer pequenos goals que, juntos, formarão um big de um projeto.
Não existe nada mais long tail que isso. Se os melhores funcionários são aqueles que pensam com cabeça de dono, as melhores agências são aquelas que pensam como cabeça de sócias.
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