Se nós criamos a IA, o que ela pode criar?
A pergunta que está incomodando muita gente no SXSW17
A pergunta que está incomodando muita gente no SXSW17
16 de março de 2017 - 12h50
Inteligência artificial é, definitivamente, o assunto mais discutido em todo o festival. Foram dezenas de painéis, keynotes, meeting rooms, papos de bar, grupos de Whatsapp e qualquer outra forma de comunicação possível a respeito do tema. Mas, apesar de várias palestras focarem em aplicações atuais da inovação, algumas pessoas estão discutindo as implicações da tecnologia para os humanos.
Adaptação
No painel, “The Future of Creativity is Artificial?”, Chris Graves (Team One), Kristen Little (Team One) e Ruairi Glynn (University College London), tentaram explorar as possibilidades de máquinas substituírem humanos em trabalhos criativos.
Eles pontuam como uma máquina pode ser criativa a partir de uma informação inicial, combinando essa informação com outras, explorando as possibilidades dentro dela ou a transformando em outra coisa completamente diferente. “Tudo depende com o que você alimenta a máquina”, comentou Glynn.
Kristen Little apresentou alguns exemplos de trabalhos criativos realizados por IAs. Pinturas, artigos, notícias, o roteiro de um curta e até uma bicicleta passaram pela palestra. Little provou ainda a capacidade de adaptação e aprendizado, mostrando ao público um robô que aprendeu a andar com quatro pontos de apoio e ainda se adaptou a caminhar de um novo jeito após ter um deles removidos.
Criatividade + opções
No painel “Can a film made by a machine move you?”, Sarah McGee (Zoic Studios), Alastair Green (Team One), Loni Peristere (Zoic Studios) e Saker Klippsten (Zoic Labs/Studios), mostraram na prática a criatividade de um AI. Eles contaram como foi receber ordens de uma máquina para produzir o vídeo clipe de uma música. Concepção, direção e edição, tudo foi coordenado pela inteligência artificial, que escolheu atores, maquiagem, planos de câmera, figurino e ainda retornou mais de mil opções de edição no final.
Veja o making of aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=XZbcxsHb4Y0
Afinal, seremos substituídos?
A conclusão de ambas as conversas foi que máquinas podem sim ser criativas, mas (por enquanto) ainda dependem de nós para isso. Contudo, fica a preocupação de quando elas vão ultrapassar a nossa capacidade e se tudo isso vai atrofiar a nossa habilidade criativa em algumas áreas (Wall-E feelings).
Para fechar a nossa discussão, uma frase de Ruairi Glynn: “O futuro da criatividade não é substituível, é adaptável”.
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