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Cultura de Fãs, Game Of Thrones e Spoilers


17 de março de 2017 - 14h00

Um dos painéis mais disputados dos primeiros dias do SXSW foi o dos diretores da série Game Of Thrones, fenômeno de audiência da HBO. David Benioff e D.B. Weiss subiram ao palco com as atrizes Sophie Turner (Sansa Stark) e Maisie Williams (Arya Stark), que também foram responsáveis por conduzir o painel. Claro que as duas acabaram respondendo várias curiosidades dos fãs.

No clássico livro Cultura da Convergência, o autor Henry Jenkins aborda o fenômeno da cultura de fãs e da formação de fandoms principalmente nas comunidades digitais. Para o autor, os fãs de carteirinha de alguma narrativa ou franquia são o segmento mais ativo no consumo desse conteúdo em diversas mídias.

São eles que muitas vezes se recusam a simplesmente aceitar o que é recebido, insistindo no direito de se tornarem participantes plenos das narrativas, formando comunidades (fandoms) para discutir, compartilhar informações e até criar conteúdo novo em cima da narrativa original (fanfics). Dito isso, confesso que os momentos antes, durante e depois do painel acabaram sendo um laboratório de estudo de fãs. Antes, porque era interessante observar a euforia das pessoas, comentando sobre os personagens, sobre as suas cenas favoritas e a expectativa pelas próximas temporadas. Alguns chegaram duas palestras mais cedo para garantir os seus lugares — e teve até gente vestida a caráter. Tentei me manter isento, mesmo sendo obcecado pela série também.

Game of Thrones tem uma das maiores fanbases da internet e é fenômeno de comentários nos feeds aos domingos à noite, quando a série é exibida pela HBO simultaneamente em mais de 140 países no mundo inteiro.
O foco foi mais em curiosidades e no conteúdo de entretenimento que é a série. Rolaram até alguns spoilers da sétima temporada, que estreará em junho. Os painelistas comentaram suas cenas favoritas, suas mortes preferidas da série (é uma série que tem MUITAS mortes) e confirmaram que a próxima temporada contará apenas com 6 episódios, e não os 10 habituais.

Um ponto de destaque foi o momento em que os diretores e as atrizes trouxeram os momentos mais marcante da série para eles. Sophie Turner (a Sansa) citou a cena do episódio em que a sua personagem é violentada pelo marido na noite do casamento. Turner confessou que ficou muito impressionada e feliz com a repercussão mundial que trouxe para discussão em torno da violência contra a mulher, pelo impacto que as temáticas da série causam numa esfera que vai muito além do entretenimento.

É claro que já vimos discursos de narrativas de entretenimento repercutirem em pautas nacionais, afinal vivemos no país da telenovela. Nesse contexto, é interessante observar como em uma sociedade em rede essa conversa se amplia e ganha uma repercussão ainda maior.

Você pode até não assistir Game of Thrones, mas eu aposto que, independentemente da bolha de assuntos que o Facebook gentilmente filtra na sua timeline, você já deve ter sido impactado por alguma coisa sobre as espadas e mortes sangrentas de #GOT e, nessa hora, se perguntou: por que será que as pessoas são tão obcecadas por essa série? Veja no NOW ou na HBO GO! 😉

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