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HI + AI: o futuro da inteligência


17 de março de 2017 - 15h30

AI (inteligência artificial) é um tema muito presente nas discussões sobre o futuro e sobre os avanços tecnológicos. O que por vezes fica de fora da discussão é a HI (inteligência humana), que é absolutamente complexa e a chave para uma evolução inimaginável aos olhos de hoje. Esse sem dúvida foi o painel mais interessante do festival até agora, que se propôs a discutir justamente o futuro da inteligência. A inteligência humana e a inteligência artificial estão em competição, ou sua colaboração pode levar a uma produtividade exponencial? A biologia e o DNA devem ser considerados base de código que podem/poderão ser programados? E o cérebro humano?

Os participantes do painel foram Bryan Johnson, fundador da Kernel, OS Fund e Braintree. Bryan criou o Kernel em 2016 para construir a primeira neuroprótese do mundo para melhorar a inteligência humana. O painelista acredita que a combinação de inteligência humana e artificial (HI + AI) definirá o futuro da humanidade. Também estava na mesa Reshma Shetty, fundadora da Bioworks. Reshma é estudiosa de biologia sintética, que é inspirada pela busca de desenvolvimento e soluções na biologia combinadas com a tecnologia para resolução e grandes questões especialmente na área da saúde. O terceiro painelista, Adam Cheyer, é o fundador da empresa Siri (posteriormente comprada pela Apple) e atual CEO da Viv, que estuda inteligência artificial e tem como objetivo simplificar o mundo através desse assunto, construindo uma interface inteligente para tudo.

Para Bryan Johnson, nosso cérebro é o que define o que somos, o que criamos e é o que definirá o que nos tornaremos no futuro. Se tivéssemos um salto de hoje para o ano 2050, explica ele, possivelmente teríamos um bug para entender a realidade a nossa volta. Isso porque ele acredita que estará muito diferente em termos de evolução na combinação de inteligência artificial com a inteligência humana. Johnson coloca também que se discutirá muito o efeito disso na sociedade, que nem todo mundo irá aderir e optar por essas alterações biológicas, cognitivas e tecnológicas. Além disso, uma série de outras questões político-sociais entrarão em pauta, como os direitos das máquinas, a desvantagem das pessoas que serão puramente humanas perante as demais e a as questões que envolvem também a privacidade da informação e dos dados nesse contexto. Se um computador ou sistema pode ser hackeado, no futuro, um cérebro também poderá.

De fato existem riscos que envolvem o surgimento de cada tecnologia nova. Os avanços da medicina e da química que salvaram vidas também fizeram possíveis as guerras químicas, a engenharia nuclear foi uma nova fonte de energia e também de uma das maiores armas da história.

Para Johnson, vivemos um momento em que somos cada vez mais capazes de criar, desenvolver e experimentar coisas a partir da inteligência humana combinada com extensões externas à nossa inteligência que já foram sendo inventadas e surgidas ao longo do último milênio.

Estamos todos vivos e em evolução no momento em que estamos ganhando acesso a poderes de criar absolutamente qualquer realidade. Usando nossa inteligência natural e as extensões externas de inteligência que construímos progressivamente no passado, como os estudos em torno do DNA, a biologia sintética e a robótica — essa que, literalmente nos permite reprogramar nossa existência das formas mais absolutamente impensáveis que possamos imaginar. É por isso que o entendimento do cérebro e da consciência são as coisas mais importantes que poderíamos estar discutindo e pesquisando agora. Johnson fecha colocando que num momento em que as grandes oportunidades da humanidade estão diante de nós, não devemos nos tornar o maior fator limitante das nossas próprias histórias.

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