Meio&Mensagem

17 de março de 2017 - 9h50

O painel Taking Back The Internet: Countering Extremism deu destaque ao tema da cultura hater, que é uma questão muito atual nas discussões do digital. Num mundo polarizado, os algoritmos contribuem ainda mais para nos distanciar de opiniões divergentes das nossas ou de conteúdos que não temos predisposição de gostar. Mas os discursos extremistas se espalham rapidamente pela internet em função do seu conteúdo e é preciso ter o cuidado para não passar a mensagem adiante, mesmo que seja na tentativa de “acusar” esse discurso. Sabe aquele post compartilhado dizendo “olhem que absurdo o que essa pessoa falou”? Pois, de alguma forma, só dá mais ênfase ao ponto de vista extremista.

Os palestrantes que contribuíram com o painel foram Olivia Hauck, fundadora da ExOut Extremism, empresa que busca combater o extremismo online através da educação e de mensagens positivas. A empresa de Olivia surgiu a partir de um projeto que o Governo Americano e o Facebook fundaram, em parceria com Universidades, para promover que alunos criem produtos e campanhas contra o extremismo na internet. A segunda painelista, Monica Bickert, é head de Política de Privacidade do Facebook e responsável pelo programa anti-extremismo dentro da companhia. Também compôs a mesa Matthew Rice, Chief Digital Officer do Governo Americano, um dos responsáveis pelo projeto anti-extremismo on-line da instituição.

Monica Bickert, do Facebook, trouxe um ponto importante: segundo observação do comportamento dos usuários, são necessárias muitas mensagens com conteúdo positivo para neutralizar uma mensagem de teor extremista. Outro fator fundamental para que campanhas de desencorajamento de discursos de ódio na internet sejam efetivas é que membros de dentro das comunidades online sejam vozes e disseminadores dessas mensagens positivas. O caráter de causa e o engajamento da comunidade são indispensáveis dentro deste contexto. Seja produtor de um conteúdo positivo, não compartilhe mensagens de ódio, denuncie mensagens extremistas. Por uma internet com menos ódio.