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O SXSW não é sobre respostas

Durante o festival, o que mais se tem são dúvidas.


20 de março de 2017 - 10h21

Qual palestra ir?

Que show assistir?

Onde é a melhor festa?

Vou comer, ou me jogo em mais uma palestra com o estômago nas costas?

Como eu faço para digerir tanta coisa?

Dúvidas que angustiam e podem até paralisar. Mas no final do dia, o SXSW é sobre isso mesmo: dúvidas.

Coincidentemente, ou não, pegando o avião de volta, encontrei com um grupo de amigos que estava pela primeira vez no festival. Perguntei se tinham gostado, com um sorriso largo no rosto e esperança de uma resposta afirmativa, obviamente.

Para minha surpresa, todos frustrados responderam que estavam um pouco decepcionados, que tinham visto coisas interessantes, mas nada “conclusivo”. Decidi que a fila do passaporte não era o local ou momento de mudar aquela opinião, mas aquilo me incomodou.

A conexão em Dallas então me fez pensar que era justamente isso que eu mais amava no SXSW: voltar repleta de dúvidas, com a cabeça fritando para tentar respondê-las.

Realizei que as pessoas mais interessantes do festival, palestrantes ou não, eram justamente as que tinham muito mais perguntas do que certezas. Ouvi inúmeras vezes – de cientistas, cineastas a empreendedores – que seus sonhos (na maioria das vezes transformados em realizações incríveis) nasceram justamente de questionamentos do que eles estavam vivendo. A dúvida tinha feito com que a maioria deles subvertessem a sua realidade, inspirando-os a mudá-la completamente.

Senti um alívio de perceber que justamente a maior angústia do festival, era também a sua maior virtude. A melhor parte do SXSW é justamente te instigar com provocações para mudar o seu mundo quando voltar. Do jeito que você quiser.

Em uma realidade em que as mudanças acontecem ontem, ter certeza é a pior coisa que pode acontecer com você. Ter muitas dúvidas e a bagagem para buscar as respostas é, sem dúvida, a melhor parte do SXSW.

Até 2018, Austin.

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