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Último dia de SXSW Interactive, pra fechar com chave de ouro


20 de março de 2017 - 9h30

Durante toda a semana, o que mais me deixou chateado foram as filas e o fato de não conseguir entrar nas sessões mais interessantes do dia. Mas terça (14/3) foi diferente!

Participei de um dia inteiro de conteúdo gerado por nós, brazucas, que despertou muito interesse nos participantes do evento e atraiu centenas, diria até milhares de pessoas para um hotel onde aconteceram seis painéis. As filas davam voltas e voltas no corredor e muitas pessoas não conseguiram entrar – inclusive eu – apesar do salão comportar quase 300 pessoas. Mas desta vez, ao invés de cansaço e frustração, o sentimento foi de orgulho e energização. A resposta do público deixou claro: os painéis abordaram temas super relevantes e os painelistas escolhidos trouxeram uma bagagem e experiência difíceis de reunir em um só dia.

Para voltar pra casa com a sensação de termos criado algo realmente marcante, ouvi de diversas pessoas, americanos e europeus, o feedback espontâneo: “o conteúdo que vocês trouxeram hoje aqui foi o melhor que vi, desde o início do SXSW”. É assim, com coragem e ousadia, que mostramos ao mundo o quão inovadores podemos ser no Brasil.

Tanto é que para coroar essa fantástica participação no SXSW, ao final do dia recebemos a notícia que a solução de crowdfunding de impacto social “Johnson & Johnson’s Caring Crowd”, concebida e desenvolvida em conjunto por CI&T e RG/A, ganhou o prêmio “People’s Choice Award for Innovation” (voto popular).

Abaixo, destaco os pontos principais dos seis painéis, trazidos pelos próprios painelistas.

Making the Leap from DevOps to NoOps

DevOps é um dos pilares da transformação Lean Digital e o assunto foi discutido em uma conversa com Thomas Stubbs da Coca-Cola, Brandon Jung da Google e Braxton Woodham da Fandango (donos do Ingresso.com), moderados por Tissiana Costa da CI&T. Vários tópicos foram abordados como as estratégias para “navegar” no amplo espectro do espaço de DevOps e as dificuldades para trazer às grandes organizações a agilidade das startups. Um ponto de consenso entre os painelistas é a relevância da cultura e práticas necessárias para estabelecer DevOps, frequentemente negligenciadas em função do foco em ferramentas e processos. Os painelistas deixaram claro que é preciso manter o foco no objetivo final de qualquer transformação lean, a maximização do valor entregue ao cliente final e redução de desperdício.

A Radically Practical Approach to Cultural Change

Josh Howell do Lean Enterprise Institute, Tom Paider da Nationwide, Lule Demmisse da TDAmeritrade e Bruno Guicardi da CI&T apresentaram como os princípios Lean podem ser instrumentais para mudar a cultura de organizações, para que esteja mais alinhada com as necessidades da era Digital, mais ágil, inovadora e tomadora de risco. Colocando em prática a teoria de Edgar Schein do MIT e John Shook sobre como a cultura e o trabalho em si se influenciam mutuamente, esses praticantes de Lean compartilharam experiências de como a mudança do trabalho dos líderes de suas organizações resultou em uma decorrente mudança na cultura de suas companhias. Eles também contaram histórias sobre como vêm utilizando princípios Lean como ferramenta para que seus gestores dêem mais poder às suas equipes, o que em última análise, acaba por desenvolver os líderes para que sejam mais conhecedores do trabalho de suas equipes, mais envolvidos com elas e mais inspiradores.

How Machine Learning Impacts Application Design

Machine learning foi o tópico mais quente do SXSW este ano. O painel foi moderado por John Mannes do TechCrunch, que escreve sobre o assunto com frequência. Mars Cyrillo da CI&T estava acompanhado de Tove Blomgren, UX Designer da agência Doberman e Michael Facemire, Sr. VP do Forrester Research. A discussão, centrada na reflexão de como o design de aplicativos vai mudar com a democratização de inteligência artificial, tocou em temas diversos, desde os mais sensíveis, como o uso de dados para influenciar pessoas até coisas bem práticas como o provável formato do “AI-first smartphone”. Não é a toa que o tema “deep learning” foi escolhido pelo SXSW Interactive Innovation Awards como a grande tendência do festival.

Retail Innovation: Reshaping Customer Experience

O painel reuniu importantes especialistas do setor, incluindo a diretora de Inovação da Kohl’s (um grande varejista americano), Garima Agarwal; o CIO da Ancar Ivanhoe, Fernando Wanderley; e David Coulson da CI&T; e foi moderado pela jornalista de fashion tech Bethany Biron, da Glossy & Digiday. A discussão confirmou o papel que os dados desempenham nos principais líderes varejistas em apontar o caminho certo para a inovação. Com cada vez mais tecnologia desenvolvida para marcas de moda e varejo, o que as marcas devem estar procurando para identificar o mix ou abordagem correta com seus consumidores. Alguns dos tópicos discutidos incluíram: onde marcas como Kohl’s e Ancar Invanhoe estão buscando inspiração e escolhendo abordagens tecnológicas; quais são as diretrizes sobre dados e privacidade e como salvaguardar os consumidores; as tendências de varejo tecnológico e como implementá-las no futuro. Não poderia faltar é claro uma discussão sobre Machine Learning, o estado atual de varejistas offline e como transformá-los através de digital, estados futuros de dados e tecnologia e como entender melhor e, em seguida, atender às necessidades de seus consumidores.

Let’s Go! Real Design Sprints to Get You Started

O painel sobre Design Sprints contou com a presença de Claire Shapiro (UX Program Manager e Sprint Master da Google) e Daniel Viveiros (CTO da CI&T). Ambos apresentaram e ilustraram o conceito de “Design Sprints Elásticos”, ou seja, como é possível rodar sprints em empresas de qualquer tamanho e para vários tipos de missões, e não apenas para a criação de produtos digitais. As apresentações e discussões terminaram reforçando cinco pontos para a audiência: [1] Defina claramente as expectativas do que vai ser produzido no Design Sprint. [2] Sprints podem ser executados para diversos propósitos: produtos, processos, estratégias, etc. [3] Convide as pessoas corretas, garanta diversidade no grupo, faça com que as pessoas estejam com a cabeça aberta. [4] Execute todas as fases, mesmo que seja necessário reduzir a quantidade de dias ou fazê-las em mais de uma semana, e nunca pule a validação da idéia. [5] Garanta a continuidade do que foi discutido, conecte o Design Sprint num programa maior, com time, orçamento, gestão de pipeline. Nada mais frustrante do que uma boa idéia, validada e sem espaço para ser construída. Para ter uma idéia do impacto do painel, ao final uma pessoa da platéia que trabalha na NASA puxou assunto com os painelistas pedindo ajuda para levar esta abordagem para a agência espacial americana.

Build a Design Driven Culture & Get Sh*t Done!

O último painel do dia contou com a presença de dois executivos top do mundo do design: John Couch, VP de UX e Design da Hulu, David Kudja, vice-presidente de Global Experience Design da HomeAway (que pertence à Expedia e no Brasil é o dono do site aluguetemporada.com.br), e foi moderado por Jen Halpin, head de marketing da CI&T nos EUA. Entre eles, eu, Leonardo Mattiazzi, vice-presidente de Inovação da CI&T. O principal ponto discutido foi como criar uma cultura de design em times de desenvolvimento de produto e como colocar designers e engenheiros trabalhando juntos de maneira simbiótica e produtiva. Outros tópicos foram a influência do ambiente de trabalho no potencial criativo dos times; como dados estão instrumentando designers para que eles possam evoluir sua intuição criativa com base em ciência, por exemplo utilizando tecnologias que medem o sentimento de “delight” através de reconhecimento de expressões faciais; e o profissional do futuro: designers que codificam, e coders que pensam como designers em processos como Design Sprints ou no que chamamos de “Ideação da Experiência”.

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