Publicidade

Influenciadores, comunidades e experiências memoráveis

Novas premissas para a construção de conteúdos e experiências imersivas para ir além do varejo transacional


14 de março de 2022 - 13h54

Crédito: Jacob Lund/shutterstock

Os primeiros dias do SXSW 2022 marcaram fortes discussões em torno da atual estrutura das nossas redes e o seu impacto na construção de comunidades que giram em torno de diálogos, muitas vezes sustentados por creators, que traçam a aproximação entre consumidores e marcas. Há alguns anos o mercado de influenciadores está entre os principais estudos dentro de formatos que tenho como apostas de próximos passos para o varejo, mas sempre carreguei grandes dúvidas sobre o sistema de produção massiva de conteúdo que vivemos e tenho encontrado algum alívio nas conversas que estão rolando por aqui.

Me senti ouvida na palestra de Jack Conte, fundador da Patreon, um web site norte-americano que possibilita que fãs financiem o trabalho de creators a partir da assinatura de seus conteúdos, quando ele falou: “Eu amo a internet, mas também é muito foda. Existem mais plataformas do que é possível acompanhar, cada uma tem um formato diferente, e algumas recomendam o upload de 3 vídeos por dia. Não importa o quanto trabalha, criadores não estão produzindo conteúdo suficiente. Até mesmo alcançar o público que você já construiu nunca foi tão desafiador”.

Dentro desta mesma visão, Wes Kao, fundadora da Maven, plataforma de educação onde criadores reúnem suas comunidades para a construção de aprendizado de forma colaborada, aposta na qualidade da conexão de relacionamentos autênticos dentro de grupos menores, apontando que 100 seguidores verdadeiros trazem mais valor do que milhares que demandam um enorme gasto de tempo e energia para a produção de conteúdos fragmentados e pouco imersivos.

Em nada me assustou ouvir no painel da neurocientista Carmen Simon o dado de que após 48 horas da exposição a um conteúdo ou experiência, as pessoas retêm menos de 1% do mesmo. Simon passou os últimos 10 anos explorando a construção de memórias através de ferramentas de tecnologia cerebral e compartilhou alguns mitos que, inclusive, colocam em xeque a ideia de que conteúdos longos não são efetivos. A nossa atenção está sempre presente, a questão é para onde ela está sendo direcionada e como está sendo retida. Pense, por exemplo, em um final de semana inteiro dedicado à maratona de uma série incrível. Às vezes são mais de 10 horas na frente da TV vs. a disputa dos 15 segundos de um story.

Entre os recursos mapeados pelo estudo para a construção de experiências memoráveis e capazes de chamar a atenção, estão estratégias visuais e de construção de diálogos. Exatamente o que apostamos para a construção de narrativas imersivas para o varejo e, para mim, este foi um super insight!

O imperativo de estratégias omnicanais tem nos trazido mais preocupação com a conectividade, do que com a conexão. Conectar o consumidor ao produto e a marca, é fundamental e está longe de ser algo novo, esta é a função do varejo desde o seu princípio. Aposto também e acho que precisamos direcionar mais esforços no que está além do transacional e que gera conexão entre comunidades, que envolvem marcas e produtos através de experiências autênticas e profundas com mensagens memoráveis. 

Publicidade

Compartilhe

Patrocínio