Vulnerabilidade: a “next big story”
Todo e qualquer conteúdo deve mostrar e refletir aquilo que as pessoas sentem
Todo e qualquer conteúdo deve mostrar e refletir aquilo que as pessoas sentem
15 de março de 2022 - 11h48
Quarto dia de evento e eu poderia dizer que a grande inovação que fiquei com vontade de levar para o Brasil é o churrasco do restaurante Franklin, o mais famoso de Austin e que já foi pauta de documentário no Netflix. Mas definitivamente vou ocultar a minha versão obcecada por churrascos e falar do que interessa, rs.
Hoje, acordei com a missão de fugir totalmente de assuntos de tecnologia, tendências, marketing ou coisas relacionadas ao trabalho. Fui em busca então, das tracks de filme e caí num grande painel (lotado) que comentava o processo criativo, roteiro e profundidade do tema de uma das séries que mais me marcou este ano: “Ted Lasso”. Além da presença virtual dos três principais atores da série, estavam os produtores e a roteirista.
Para quem ainda não viu e sem dar muitos spoilers, a série é uma mistura de drama e comédia, refletindo momentos divertidos, porém frágeis e conflituosos dos personagens e que lida o tempo todo com as suas emoções.
Na conversa de hoje, alguns elementos me chamaram a atenção e resolvi cruzar com o que vi ontem no keynote da Lizzo, sem dúvida, um dos mais sensíveis conteúdos que assisti por aqui.
Tanto o cast de Ted Lasso quanto Lizzo trouxeram o insight de que, todo e qualquer conteúdo que se pense daqui pra frente, deve apresentar e refletir aquilo que as pessoas sentem, de verdade. Seus processos, angústias, alegrias, questionamentos… Devem abordar de alguma maneira delicada a vulnerabilidade humana.
“It’s ok to not be ok”. Esse é o mote que grandes histórias de sucesso vêm se baseando, pelo simples fato de lembrarem que somos, no final do dia, apenas humanos.
“Se não vir as lágrimas, não respeitará minha alegria”, disse a Lizzo após ser abordada sobre momentos em que postou conteúdos falando sobre comentários racistas e gordofóbicos que recebeu.
“Um roteiro não precisa necessariamente ter conflito entre os personagens, uma vez que já existem conflitos demais dentro de cada um. Por que não fazer disso o mote principal da história?”, disse o produtor de Ted Lasso.
Somando a outro keynote que estive hoje, sobre a evolução do storytelling, o que fica pra mim é que nós, na posição de criadores de histórias – seja ela para comunicação, marcas, filmes, conteúdos – temos o poder de, através do storytelling, criar realidades. Bora contar histórias de verdade, de pessoas que estão longe de serem perfeitas, mas que se aceitam, se respeitam e que se empoderam escancarando suas vulnerabilidades.
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