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SXSW discute necessidade de mudança

A discussão pode ser vista em todas as áreas do evento, passando por metaverso, bem-estar, entretenimento, gênero e negócios


16 de março de 2022 - 10h23

Crédito: Bettina Grajcer

A minha semana na SXSW tem sido incrível. Além da bagagem de aprendizados que tenho colhido por aqui, pude também participar de momentos de relacionamento e de relaxamento, com direito a aulas de yoga e happy hours que unem os brasileiros e brasileiras por aqui. Depois de mediar o painel “Hack Your Body. Optimize the Future”, idealizado pela Auíri com apoio da Ambev, fui desbravar novos horizontes no evento.

No domingo, acompanhei o painel “Tech-Driven Trends in Adult Entertainment”, que também trouxe um foco para as oportunidades de utilizar o entretenimento como uma ferramenta para o bem. Não é de hoje que grandes nomes se mobilizam para a defesa de uma causa, desde o Live Aid, primeiro grande evento em prol de uma causa, o auxílio do HIV na África, concluímos que o potencial de transformação no entretenimento é imenso. Além de potencializar as oportunidades de engajamento, as novas tecnologias e eventos virtuais democratizam e dão acesso para trazer a experiência para parte da população  sem condições de pagar um ingresso. E essa experiência será cada vez mais imersiva, interativa e próxima da realidade.

Ainda no mesmo dia, pude visitar a Wellness Expo, que contou com as novas tendências desse segmento, mostrando que o tema do bem estar vem ganhando relevância, estando presente também no SXSW.  A feira não trouxe muitas novidades, além de uma grande oferta de produtos. Muitos alimentos saudáveis, produtos hiperproteicos mais saborosos – confesso que ainda precisam evoluir nesse aspecto -, passando por barrinhas de sabores mediterrâneos e drinks sem álcool. O cuidado com a saúde mental também teve relevância, com a oferta de produtos à base de CBD, e para a sexualidade feminina, além de uma área toda dedicada ao sono.

Na segunda-feira, presenciei o lançamento do relatório de tendências tecnológicas emergentes de 2022, pela incrível futurista e querida por todos aqui no SXSW, Amy Webb. Ela falou sobre as tendências para o futuro. Dentre elas, a internet 3.0 e o Metaverso, que foram os principais temas na palestra (aliás, os principais temas aqui no SXSW).  Um dos pontos que achei bem interessante sobre o metaverso foi a questão da identidade pessoal, que ao mesmo tempo que possibilita o anonimato, traz a oportunidade de uma identificação digital totalmente individualizada. Algumas cidades já contam com prefeituras e oferecem serviços, tudo em um metaverso. Os crimes também já são uma realidade no metaverso – até tráfico de drogas virtuais já existe -, e surgem iniciativas de policiamento para conter abusos. Para além do metaverso, a revolução biológica foi uma das grandes tendências ressaltadas. A biologia sintética já permite a fabricação de uma carne feita com DNA de frango que não provém de um ser vivo (que inclusive já são comercializadas em Singapura). Em uma visão otimista, menos emissões de CO2 e, consequentemente, menos sofrimento animal. Em uma visão pessimista, vamos perdendo o contato com a realidade. Ou, como ela diz, precisaremos redefinir o que é a realidade.

Crédito: Bettina Grajcer

Para concluir minhas experiências por hoje e focando em gênero, assisti a uma conversa entre Jonathan Van Ness, esteticista e participante do Queer Eye,  e o artista musical Alok Vaid-Menon. Jonathan contou sua história, a importância de cada um assumir a sua autenticidade e a beleza de mostrar o “verdadeiro eu”. Foi debatido também a urgência de os homens terem a liberdade de reconhecer sua feminilidade.  Concluímos que estereotipar e rotular produtos para mulheres e para homens não é mais a tendência, e a indústria precisa entender isso o quanto antes. Mais tarde, seguindo o foco em gênero, vi o painel “Girls Just Want to Have Funds: Women in Finance at SXSW GO 2022”, que tratou da importância de investir nas mulheres na indústria do cinema, desenvolvendo e engajando jovens diretoras. Pensando nisso, foi criado o Breaking Through The Land, que auxilia essas mulheres a conseguir fundos. O filme Mamma Bear, foi um dos financiados por esse fundo.

Cada dia nesse ambiente é um universo de possibilidades. Tudo é novidade, tendência e aprendizado. Estou amando cada segundo. Nos próximos dias, teremos mais painéis e novidades. Continuarei trazendo tudo pra vocês.

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