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Balanço SxSW 2022 | 4 resumos caóticos

5 CONCLUSÕES RÁPIDAS A PARTIR DA MINHA EXPERIÊNCIA


18 de março de 2022 - 16h26

5 CONCLUSÕES RÁPIDAS A PARTIR DA MINHA EXPERIÊNCIA 

. As propostas e visões de mundo mais inovadoras passam inevitavelmente por posturas ativistas / perspectivas diversas. As apresentações e os temas mais interessantes vieram desse campo ou estão associados aos mesmos. 

. Metaversos são muitas coisas, muitas delas já acontecem há décadas. Mas qualquer coisa que venha de agências e marcas tem mais objetivo de PR e prêmios do que qualquer coisa relevante para a realidade das pessoas. 

. NFTs e correlatos sem propósito e políticas públicas vão servir tão somente a pilantragens de todos os tipos, como concentração de renda e mercado, lavagem de dinheiro. 

. Por mais que as buzzwords do momento estejam ligadas a Web3, a propriedade e inteligência baseada em dados ainda é o maior ativo de poder do mercado. 

. Acredito que a Rede Globo vai ser adquirida por algum player global nos próximos 5 anos. Esse é um tema que demanda um artigo exclusivo. 

. Os temas abordados mostram o quanto é importante termos mais atuação política em termos de representatividade. Precisamos potencializar pesquisas, universidades públicas e o acesso a pessoas com mentes diversas e inovadoras a esses recursos. E essas mesmas pessoas no congresso, substituindo a tríade do atraso (bíblia, bala e boi) por uma nova com base em educação, saúde e agricultura familiar, responsável e tecnológica. Ou vamos nos afundar ainda mais como párias exportadores de commodities, com uma população empobrecida e emburrecida. 

MINHAS 6 EXPERIÊNCIAS PREFERIDAS

1. Tristan Harris trazendo uma abordagem mais madura e urgente sobre ativismo do desenvolvimento. 

2. Dario Calmese e seu chamado para pensarmos qual design queremos para moldar o futuro 

3. Reggie Fils-Aime mostrando como um executivo negro e de origem pobre pode fazer a diferença na cultura de uma empresa. 

4. Madison Margolin trazendo um tema fora da caixa e provocador: Judaísmo e psicodélicos.

5. Andrew Wallenstein falando sobre o futuro do conteúdo em termos de mercado, me fez ter uma ideia do quanto tudo o que estamos vendo ainda vai mudar muito. 

6. Andrew Mellen desmistificando a “glorification of busy” num workshop que vou levar pra vida. 

5 COISAS QUE EU PERDI E QUERO VER DE ALGUMA OUTRA FORMA

1. How To Be Relentlessly Relevant In a Chaotic World 

2. Why Relatability Matters In Media Details

3. The Future Of The Data Economy: Putting People First

4. Post-Brands Era: How Brands Spark Social Movements

5. Blockchain  & NFTs: Environmental & Social Impact 

E muito mais. Acho que até vale um artigo inteiro sobre isso. Mas também é como vou abordar embaixo. Não é porque um evento foi perdido que ele não pode ser encontrado, consumido e processado. É uma questão de pesquisa. 

5 CONSIDERAÇÕES GERAIS E ALEATÓRIAS SOBRE A MINHA EXPERIÊNCIA

1. Por mais que aconteçam 3.234 eventos ao mesmo tempo, nosso conhecimento de física ainda não deu conta de estarmos em mais de um lugar ao mesmo tempo. Dessa forma, um dia bem aproveitado na disciplina rende 4, no máximo 5 palestras. Se der sorte, 2 serão boas. No fim das contas, somar mais de 10 eventos memoráveis ao longo de todo o evento é um baita trabalho. Perder eventos é o padrão, não é a regra. FOMO pode ser uma questão, mas também um tema para a próxima sessão de análise. 

2. Contudo, se a escolha foi por assistir loucamente aos eventos, não sobra tempo para interagir nos ambientes abertos, principalmente com gringos. As melhores conversas que tive foram com pessoas que encontramos nas largas mesas da área externa onde era possível consumir álcool. Conheci pessoas de diversos lugares do mundo, com vários projetos interessantes. E ainda fui chamado para um churrasco na casa de uns dinamarqueses. 

3. Além disso, tem palestras que realmente podem impactar a ponto de você não querer que outras coisas interfiram na organização das ideias. Foi assim comigo depois do Tristan Harris. Saí dali às 15:30 e decidi não ver mais nada. E essa decisão se estendeu ao longo de todo o dia seguinte, quando investi meu tempo em conversar com uns dois amigos sobre isso, ver uma banda ainda com o sol na cara e depois encontrar o pessoal da Tuyo e outros pretos brasileiros, onde caímos numa festa / bar com outras pessoas pretas lindas e interessantíssimas. E, principalmente, onde Renata Hilário e eu nos emocionamos só de mencionar a grandeza de deuses que caminham na Terra, como Mano Brown e Glória Maria. 

4. Em muitos casos, as palestras mais legais são feitas nas salas em que são feitos registros oficiais em vídeo e disponíveis para serem vistos depois. Em outros casos, as apresentações ou a base delas está disponível nas redes sociais dos palestrantes. Como é sempre bom lembrar, palestras são apenas o começo do rolê. Pegar o que aconteceu ali e desdobrar em pesquisas, acompanhar pessoas no Twitter, etc. Então o que acontece depois muitas vezes é mais importante do que a experiência ao vivo em si. 

5. Mesas / debates quase sempre são ruins. Essa ideia já vem sendo dada pelo Marcelo Tripoli há mais de dez anos e continua atual. Os protagonistas das mesas nem sempre tem uma boa oratória e as histórias não empolgam. Em muitos casos, debates muito mais interessantes podem ser encontrados em qualquer fórum especializado ou mesmo no Twitter. Inclusive no Brasil. Para uma galera mais jovem e independente. Não foram raras as vezes em que coisas abordadas como novidades já haviam sido pensadas ou feitas por gente talentosa no Brasil.

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