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SXSW, o debute do Vale do Silício

Em mais de 30 anos, o festival foi palco de então expoentes do mundo da tecnologia como Mark Zuckerberg e Elon Musk e serviu como alavanca para plataformas como Twitter e Uber

Luiz Gustavo Pacete
8 de março de 2018 - 10h00

Mark Zuckerberg é entrevistado na edição de 2008 do SXSW (Crédito: Reprodução YouTube)

O livro “As upstarts”, do jornalista Brad Stone, também autor do best-seller “Jeff Bezos e a era da Amazon”, narra quando, em meados de 2009, Travis Kalanick e Garrett Camp, fundadores da Uber, tentaram participar e utilizar o SXSW para promover o recém-lançado aplicativo. O festival era, naquele momento, a principal plataforma para que eles chancelassem sua nova empresa.

Para Travis, o sócio de personalidade mais difícil, o evento chegou a ser uma obsessão. Posteriormente, por muitos anos, o Uber chegou a ganhar projeção também como o principal app para transportar os participantes em Austin, mas deixou a cidade em maio de 2016 por impasses regulatórios. Neste ano, o Uber está liberado em Austin.

Em 2007, os fundadores do Twitter receberam o SXSW Web Award (Crédito: Reprodução YouTube)

Hugh Forrest, diretor e membro fundador do SXSW Interactive, já ressaltou em suas diversas apresentações o motivo pelo qual o SXSW atrai tantas empresas de tecnologia. “A junção dos elementos informação e tendências mais inspiração e networking atraem a atenção das empresas que precisam ganhar escala e serem vistas”, afirma.

Somente no ano passado, o segmento dedicado à criatividade do SXSW teve mais de 70 mil participantes e 2 mil conferências. Estima-se que o festival tenha movimentado US$ 320 milhões em 2017. De veículos de imprensa, foram mais de 4 mil. Ou seja, uma vitrine de luxo de pessoas de todos os continentes. E foi este cenário que contribuiu para que, em mais de 30 anos de evento, passassem pelos palcos do festival figuras como Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, Elon Musk, criador da Tesla Motors, Jimmy Wales, cofundador do Wikipedia, e outros.

Travis Kalanick, cofundador da Uber (ao centro), é entrevistado na edição de 2011 (Crédito: Reprodução YouTube)

O festival contou, inclusive, com o lançamento mundial das redes sociais Twitter e Foursquare em suas edições. Em 2014, os destaques foram os ativistas Edward Snowden e Julian Assange. Os dois debateram o impacto dos vazamentos de documentos e ações da Agência de Inteligência americana (NSA), colocando em pauta a fragilidade da privacidade na internet.

Muito do que é o ecossistema digital atualmente foi forjado no SXSW. Em 2001, blogs e fóruns de internet eram temas de debate. Dois anos após ser lançada, em 2003, a Wikipedia ganhou os palcos do SXSW. No ano de 2005, LinkedIn e Skype foram apresentados ao público em Austin e, em 2005, o YouTube foi centro de discussões no SXSW um mês após seu lançamento.

Elon Musk, da Tesla, participa do SXSW em 2013 (Crédito: Reprodução YouTube)

Em 2006, o Facebook era de tema de debate e várias dúvidas orbitavam em relação à plataforma. Naquele ano, o microblog Tumblr também foi apresentado ao mercado, mas foi o recém-lançado Twittter que roubou a cena . Evan Williams, co-fundador do Twitter, costuma dizer quando questionado sobre o SXSW que o Twitter “não nasceu lá, mas explodiu lá”. Em 2012, foi a vez de o Snapchat ganhar as discussões e em 2013, o extinto Vine foi apresentado ao público após ser comprado pelo Twitter.

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