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Cashless cities mais perto da realidade do que se imagina

O fim do dinheiro como meio físico é uma daquelas previsões que todos dão como certas, mas parecem que nunca acontecem


10 de março de 2018 - 17h56

(Crédito: divulgação)

O fim do dinheiro como meio físico é uma daquelas previsões que todos dão como certas, mas parecem que nunca acontecem. Tipo o carro autônomo: você sabe que vai ser realidade, só não imagina um na sua garagem. A viabilidade de vivermos sem ter de recorrer frequentemente às carteiras, no entanto, já é realidade para muita gente. E não estou falando do Vale do Silício. Neste sábado, Shanyin Leung, diretor de design da Ant Financial, braço financeiro da gigante de ecommerce Alibaba, contou um pouco sobre as incríveis experiências da empresa em cidades chinesas.

Como não conheço bem o país, o que vi na palestra foi impactante. Imagine sistemas de transporte, sobretudo o metrô, utilizando sistemas de reconhecimento facial para liberar as catracas para milhões de pessoas. Esqueça o bilhete, o dinheiro, o cartão e o celular (este último, algo que já é default por lá). Os chineses estão próximos de resolver tudo com uma piscadela. Segundo Leung, Xangai já tem projetos piloto desses rodando nas estações e muito em breve vai universalizar o serviço para todo o sistema.

Outra iniciativa disruptiva da Ant Financial foi a criação de um jogo para celular utilizando realidade aumentada em que os usuários ganham pontos ao adotarem práticas que reduzam a emissão de carbono. Leia-se ir a pé ou de bicicleta para o trabalho e utilizar meios digitais de pagamento são algumas das alternativas para pontuar. O resultado? Mais de 250 milhões de usuários e cerca de 30 milhões de árvores plantadas em menos de dois anos. O número de transações de pagamento com o celular ele não divulgou, mas obviamente deve ser enorme também.

O mais legal das ações listadas pelo executivo da Ant Financial é que todas são baseadas em conceitos de service design, em que a experiência do usuário é a grande meta para o sucesso da empresa. “Encorajo os meus designers a pensarem em como podem impactar o mundo”, disse. E, de acordo com ele, o time de designers fica constantemente mapeando as mais variadas jornadas de consumo de bens e serviços para desenvolver novas soluções.

Uma delas, e talvez essa seja uma das mais inovadoras, é aplicada para a fatia da população que não tem acesso à internet. Basicamente pessoas de baixo poder aquisitivo ou que simplesmente estão afastadas da tecnologia. A Ant Financial distribui um QR Code atrelado à uma conta bancária em que os consumidores o scaneiam para enviar o dinheiro para um vendedor de rua, por exemplo. O negócio deu tão certo que até moradores de rua já foram fotografados com QR Code. Com tantas evidências de que o dinheiro está com os dias contados, saí da palestra me sentindo ultrapassado com a minha carteira no bolso.

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