Publicidade

O que nos conecta é o que nos faz mais fortes

É qualidade dos nossos relacionamentos que determina a nossa qualidade de vida; podemos usar o poder das redes para aprender e ensinar coisas novas


10 de março de 2018 - 11h08

Existem 65.6 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo, 22,5 milhões deles são refugiados. E cada vez mais se fala em muros, deportação, xenofobia e portas fechadas. A América, país que prosperou com o suor de estrangeiros, é liderado por um presidente que apoia a deportação de imigrantes, ilegais ou não. “Nós não estamos vivendo uma crise de refugiados, vivemos uma crise de hospitalidade”.

(crédito: reprodução/Pexels)

A frase é da Josephine Goube, CEO da ONG Techfugees, focada no uso da tecnologia para inclusão e empoderamento da comunidade de refugiados. 90% deles vivem em áreas com 2G e 3G. Eles estão no Slack, no Facebook, usando as redes sociais para se manterem conectados e ativos. Josephine nos convida a nos conectarmos com essas pessoas. Podemos falar com elas, entende-las mais, ensina-las habilidades novas por skype. O celular é a ferramenta mais poderosa que existe, e podemos usa-la para tornar o mundo um lugar menos solitário.

Estamos em um evento de inovação, onde se fala do futuro da comida, futuro da moda, futuro do trabalho. Mas não estamos falando do futuro dos relacionamentos. Em outra palestra do dia, Esther Perel, psicoterapeuta e autora de bestsellers, também fala da importância das relações. É qualidade dos nossos relacionamentos que determina a nossa qualidade de vida, ela lembra. Uma área da vida que tem se tornado um desafio para muitos. Esther alerta para uma epidemia da solidão que é maior do que a epidemia de obesidade — 42,6 milhões de pessoas sofrem desse mal. Estamos cada vez mais nos isolando em um mundo com crescentes possibilidades de conexão.

Se por um lado, cada vez mais nos sentimos sós na cultura swipe, por outro lado, a humanidade avança, usando o mesmo celular que está ao alcance dos dedos, para criar laços positivos. A Techfugees organizou mais de 45 hackathons que originaram mais de 50 projetos. A grande maioria dos 900 refugiados arranjou um estágio ou emprego depois que participou de um dos eventos. Não são os refugiados que precisam de nós, como a Josephine diz, nós precisamos deles para nos reconectarmos. Para lembrar do que realmente é importante.

Podemos usar o poder das redes para disseminar o medo e nos isolarmos cada vez mais. Ou podemos usa-lo para aprender e ensinar coisas novas, pra re-aprendermos a nos relacionar, para nos articularmos a favor de causas que acreditamos. O que nos conecta e nos une, é o que nos faz mais fortes.

Publicidade

Compartilhe

Patrocínio