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SXSW pelo olhar de uma locutora publicitária

O meu objetivo em Austin é pesquisar as aplicações da voz em novas tecnologias


10 de março de 2018 - 9h38

Acabei de chegar em Austin diretamente de Atlanta, onde passei quatro dias numa conferência que reuniu 700 profissionais de voz de mais de 15 países. O nosso mercado está muito consolidado nos Estados Unidos e existem oportunidades cada vez maiores para os profissionais na área.

Por exemplo, a procura por locutores fluentes em inglês, mas com sotaque, está acirrada em grandes projetos – reflexo da busca por representatividade, especialmente depois da vitória do Trump. E o investimento em áudio para conteúdo imersivo continua a crescer. Afinal, qualquer elemento dissonante faz com que uma experiência imersiva não aconteça.

(Crédito: divulgação)

A força do áudio talvez explique porque as produtoras brasileiras estão comparecendo em peso aqui em Austin. Só para citar algumas: Juke, Comando S, Lucha Libre, MugShot, Loop Reclame, Loud, Raw, Sound Design, Banda Sonora, Sonido, A Voz do Brasil, Satélite e Jamute. Vamos ouvir bastante coisa sob o ponto de vista do som e isso é ótimo!

Tive que garimpar para achar sessões relacionadas a voz no SXSW. Não tinha algo direcionado somente para a locução, mas acabei encontrando bastante conteúdo. Para mim, um dos destaques é o Virtual Cinema, que traz a nova experiência da WITHIN, a “Chorus”. Também pretendo assistir “Sphere: Songs of Spacetime” com uma excelente narração da atriz Jessica Chastain. Fora do Virtual Cinema, vou procurar o Wow Studio da Sony e acabei de fazer a “Ready Player One Experience” com Vive VR (a experiência com o Vive não foi tão especial, mas vale muito ir no lounge cheio de referências oitentistas).

Estou curiosa com o lançamento de um filme onde acredito que não ouviremos muitas falas, o “A Quiet Place”. Outro destaque em cinema é o “The Potential of Noise” sobre o Conny Plank. Além disso, a Bose traz uma experiência de audio augmented reality. O Ambeo, grande destaque no estande da Sennheiser no trade show do ano passado, volta agora com uma ativação só dele: Ambeo, the sound for VR/AR.

Não quero perder sessões como: A Hearable Future: Sound & Sensory Interface; Full Body Immersive: The Future of Fun; Say What? How Interactive Audio Changes Everything, entre tantas outras. Os meet-ups também estão na agenda: Animation, Actor/Agent, Chatbot, Cinematic Virtual Reality, Ad Music, Voice and Gesture UI e o VR Storytelling Immersive Brunch.

Fora isso, estou aproveitando os encontros e as conversas. Ontem à noite bati um papo com o Fabro Steibel do ITS Rio sobre o papel da voz como interface. É desejável ou não que as máquinas copiem totalmente o jeito de falar dos humanos? Afinal, por causa da Alexa, as crianças aprendem a interagir com a tecnologia por meio de ordens. Depois repetem esse comportamento com as pessoas ao seu redor, especialmente com as mulheres. Bom, mas isso é papo para outro post.

Confesso que não é muito fácil conciliar o festival com o meu trabalho. Reservo as manhãs e as noites para as gravações. Montei um estúdio de áudio no quarto do hotel. Para isso, tive que trazer duas malas de equipamentos, incluindo uma cabine portátil! Paguei até excesso de bagagem… não deu para viajar leve. Mas SXSW é lugar para locutor, sim. Só exige um pouco de esforço.

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