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O lado Jedi do SXSW

Em Austin, o festival é muito mais sobre as relações humanas do que tecnologia e inovação


13 de março de 2018 - 15h28

Verônica Villa e Simone Kliass interagem na experiência VR Arkave na feira de negócios (crédito: divulgação)

Vejo nos grupos de Whats e também nos bares, ativações, meet-ups e mentorias ­– todo mundo agrupado, trocando experiências e curtindo o festival. Até no VR a gente percebe que a tendência é a experiência compartilhada. Uma das atrações mais esperadas do Virtual Cinema, que começa hoje, é justamente a “Chorus” da Within, que você faz em grupo. O mesmo acontece no jogo brasileiro Arkave, com estande no Trade Show – em dupla você acaba passando por momentos catárticos e leva memórias compartilhadas da experiência.

Ontem comecei o dia numa fila enorme (pra variar!) pra assistir a estreia do documentário “The Director and the Jedi” do Anthony Wonke. Apesar de toda a tecnologia que um filme da franquia “Star Wars” apresenta, o foco do filme foi a relação das pessoas. Começou com uma leitura de mesa do texto: Daisy, Mark e Rian trocando ideias em uma sala de uma casa, depois treinando movimentos do sabre no jardim.

Os cenários monumentais estavam lá, como pano de fundo para o conflito de Mark Hamill em relação ao papel. Ele não reconheceu aquele Luke Skywalker do texto. Pra Mark, o Luke simbolizava o otimismo e a esperança, e aquele ali era um desiludido, que fugiu pra uma ilha pra morrer sozinho e nunca mais queria saber de treinar novos Jedi. Ele até resolveu destruir a biblioteca. Um verdadeiro insano!

Mark reconheceu que errou ao comentar na mídia sobre seu descontentamento com o personagem. Aquilo era coisa do processo e não era pra ser dividido com o público, ainda mais um público fã do “Star Wars”. Ele ainda não tinha visto o filme completo, quando deixou escapar sua frustração. Mas voltou atrás e como um cozinheiro (nas palavras dele), resolveu preparar e servir o melhor prato criado pelo chef Rian.

O doc traz outros momentos marcantes, quando fala da grande princesa Leia e sua intérprete Carry Fisher. E um momento lindo quando Rian sentado em um canto no meio da locação conta pra Mark o título do filme “Star Wars: The Last Jedi”. Mark emocionado, pergunta: sou eu?

No final da sessão, Mark e Rian se aproximaram da plateia. Numa missão Jedi eu estava lá na fila do gargarejo e Mark olhou nos meus olhos e me cumprimentou.

Estas surpresas no festival parecem ser comuns. Dois dias antes de Mark surpreender a plateia no lançamento do filme e mais tarde em um painel, outro visionário que quer nos levar pra um planeta muito, muito distante também apareceu sem ser anunciado em uma sessão sobre a série futurista “Westworld”. E o sucesso foi tão grande que repetiram a dose em um painel só pra ele no domingo.

O que é que eu aprendi com o Mark Hamill, o Elon Musk e tantas outras pessoas aqui em Austin? As máquinas estão ai pra nos ajudar a melhorar a nossa vida, nossas cidades, nossas questões, nos levar pra outros planetas, mas a base de tudo é o ser humano. Dá muita esperança esse foco na humanidade durante o festival, no meio de tantos questionamentos sobre o atual estado da nossa sociedade.

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