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Transformar o healthcare é transformar a vida como conhecemos

As forças contra as mudanças de hábito são sempre muito maiores do que aquelas a favor – e daí surge o papel da tecnologia em facilitar esse processo


13 de março de 2018 - 15h06

“É muito mais fácil fazer escolhas ruins do que boas escolhas, quanto se fala de saúde” – não é preciso muita reflexão para concordar com a afirmação realista de Ryan Panchadsaram, um dos participantes do painel Default=Health: How Tech Can Refactor Modern Life. De fato, as forças contra as mudanças de hábito são sempre muito maiores do que aquelas a favor – e daí surge o papel da tecnologia em facilitar esse processo. Mas não basta apenas tecnologia, é preciso inovar também em processos e comportamentos, e isso demanda um comprometimento coletivo que envolve governo, entidades, médicos e cada um de nós. O uso do cinto de segurança e as restrições ao cigarro são exemplos de mudanças culturais complexas e, no entanto, relativamente rápidas acontecidas nos últimos anos.

Se por um lado as soluções tecnológicas continuam lá – VR, AR, AI e Big Data aparecem este ano com aplicações cada vez mais práticas na saúde, por outro o quadro que se desenha neste SXSW expõe a complexidade que implica a transformação do sistema. A tecnologia aparece como suporte, mas demanda uma vontade política, empresarial e coletiva de transformação.

Michael Dell, que ajudou a popularizar os computadores pessoais com a Dell, esteve por aqui discutindo os desafios de sua Dell Medical School na apresentação When Health Care Goes High-Tech – mostrando a importância de formar uma nova geração de médicos preparados para conviver de forma produtiva com as novas tecnologias. Muitos médicos ainda encaram essa evolução como uma ameaça, como se fosse roubar o seu poder dentro do relacionamento com o paciente.

Saindo um pouco da esfera do Healthcare, foi exatamente o que apontou o pioneiro Tim O’Reilly em sua apresentação Do More. Do Things That Were Previously Impossible – mostrando como a evolução tecnológica não vai nos roubar empregos, mas sim permitir que façamos o que tem que ser feito com mais qualidade. Enquanto as máquinas se ocupam com as tarefas automáticas, médicos podem se dedicar à sua real vocação – o cuidado com o paciente.

Isso foi também o mostrado em uma apresentação do Microsoft Team chamada Using Bots to Enhance Clinical Workflow, apresentando casos reais em que o uso de bots auxilia médicos desde o gerenciamento de sua sala de espera até o diagnóstico.

“Saúde é a coisa mais individual que existe” – a afirmação de Lisa Smith é tão óbvia quanto surpreendente: enquanto nos vemos pensando em healthcare como algo coletivo e complexo, ele se materializa de forma muito simples e individual. Ter consciência dessa contradição é fundamental para se desenhar soluções pensadas de forma personalizada. Na apresentação Improve Consumer Experience with Data & Analytics, ela apresentou exemplos e insights sobre como lidar com diferentes perfis de pacientes usando o potencial do digital.

Os desafios do Healthcare apresentados por enquanto aqui no SXSW não são poucos, mas são estimulantes: passam por usar a tecnologia de forma inteligente com uma abordagem radicalmente focada nas necessidades do usuário final: o paciente.

Essa transformação depende de todos nós. Vamos?

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