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A máquina de experiências da Coca-Cola

Uso de inteligência artificial em máquinas de autoatendimento permite à empresa criar produtos com maior velocidade e menor risco

Jonas Furtado
14 de março de 2018 - 15h00

Sprite Cherry e Sprite Cherry Zero: sabor foi criado a partir de informações colhidas na máquina Freestyle

Em fevereiro de 2017, a Coca-Cola lançou a Cherry Sprite no mercado americano. Poderia ser apenas mais um novo sabor exótico e temporário que corria o risco de não cair no gosto do público – um risco comum a qualquer novo produto. Mas ao colocar o novo refrigerante nas prateleiras e freezers dos pontos de venda, a companhia tinha uma boa ideia de que uma parcela considerável de seus consumidores aceitaria bem a novidade.

A Sprite Cherry foi o primeiro sabor criado pela empresa a partir de insights gerados pelas informações colhidas em suas máquinas de autoatendimento. A Freestyle permite ao usuário misturar aproximadamente 170 diferentes produtos Coca-Cola para compor uma bebida customizada a seu bel prazer. A partir das informações conectadas entre as máquinas foi possível detectar que a mistura de Sprite e Cherry era um sucesso absoluto em determinadas regiões dos Estados Unidos. O sabor ganhou também uma versão zero caloria.

“São dados bem específicos, sobre o consumo em si, colhidos direto na fonte, ao longo do dia todo, por semanas, meses, anos. Esse tipo de dados pode gerar analises muito mais precisas e relevantes. É um relacionamento muito mais pessoa. “É possível imaginar um relacionamento um a um com cada consumidor”, afirmou Tissiana Costa, diretora de negócios da CI&T, que é parceira da Coca-Cola no desenvolvimento de soluções de machine learning para, a partir do uso de dados, gerar negócios e conhecimento que possa ser aplicado em inovação. As empresas apresentaram o case em painel realizado nesta semana, no South by Southwest.

De acordo com Michael Connor, diretor de softwares comerciais da Coca-Cola, o processo propiciado pela Freestyle para a criação de um novo produto estabelece uma dinâmica muito mais ágil do que a tradicional lógica industrial. “Imagine o tamanho do investimento para se lançar um produto novo, os testes de sabores, uma marca nova, desenhar novas embalagens. Com a Freestyle, esse é um processo muito dinâmico. Certamente faremos muito mais testes e lançaremos mais sabores cujos insights saíram da máquina”, afirmou.

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