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Sinceridade – transparência = autenticidade

Vi a histórica palestra de Sadiq Khan e, para mim, ele foi de longe o melhor comunicador


14 de março de 2018 - 10h27

Todo ano poderíamos fazer uma nuvem de palavras do SXSW para logo de cara observarmos aquelas que mais se repetem nas sessões. Teve ano que foi AI, em 2016 foi Machine Learning e este ano escutei muito sobre autenticidade, principalmente naquelas sobre Conteúdo.

Autenticidade te aproxima, cativa a audiência. Vi a histórica palestra de Sadiq Khan. Para mim, sem dúvida nenhuma, entre centenas de professores, palestrantes e showmen, para mim ele foi de longe o melhor comunicador. Talvez por isso política seja algo perigoso ou poderoso, depende do ponto de vista.

Sadiq veio com o discurso pronto. Mostrou a necessidade e os beneficios de trazer todos para o jogo. O papel do estado e também das plataformas dominantes dentro de todo este processo de transformação digital justamente para não criar uma camada de excluídos, como aconteceu com as cidades industriais americanas. Mas foi nos momentos que encontrava espaço para piadas espontâneas ou, principalmente, quando leu meia dúzia dos centenas de tweets ofensivos que recebe todos os dias, que Sadiq se conectou com a plateia. Ponto para a sinceridade.

Sinceridade esta que faltou e muito para XXXXX.

(Crédito: reprodução)

De forma compreensível (afinal, segundo ele mesmo “desejo continuar trabalhando na Apple por muitos anos”) Eddy Cue (VP de Internet Software e Serviços) se esquivou de todas as perguntas muito bem colocadas pelo jornalista Dylan Byers da CNN. Ao final ficamos com a sensação de apenas ter lido um pres release sem grandes novidades. Eddy até foi transparente, afinal revelou as intenções gerais da Apple, nós e seus investidores temos clareza para onde está indo. Mas lhe faltou sinceridade, o que deixou a conversa banal, sem a querida autenticidade. O público foi um dos menores do Ballroom D.

No SXSW das surpresas de última hora o momento mais emocionante (pelo menos para mim e outros privilegiados fãs) foi quando Luke Skywalker, quero dizer, Mark Hammil, apareceu de surpresa nos 30 minutos finais da entrevista com Rian Johnson. E aí não falou sinceridade, espontaneidade e, é claro, autenticidade.

Mark estava muito à vontade, surpreendeu as pessoas porque falou coisas que queríamos ouvir: o fato de Last Jedi ter sido uma enorme surpresa financeira para ele (“sabe quando você vai lavar uma calça e encontra uma nota de 20 dólares?”), as conversas e conflitos com Rian sobre a montagem do novo/velho Luke, e até algumas de suas ideias para o roteiro, que não foram pra frente pela própria autocensura de Mark. Mesmo em momentos de emoção, como quando descreveu a falta que Carrie Fischer causava para a estrutura do trio principal da trama, houve muita sinceridade. Muitos pontos para a autenticidade.

Esta SXSW tem se superado em personalidades famosas e surpresas. Mas mostra que nada supera a espontaneidade de uma atitude sincera. É preciso que as marcas se atentem a isso.

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