Sadiq Khan, o prefeito
Para ele, a intolerância pode frear futuros talentos em múltiplas áreas e principalmente na política
Para ele, a intolerância pode frear futuros talentos em múltiplas áreas e principalmente na política
16 de março de 2018 - 15h30
Fazer política poderia ser simplesmente não tuitar conteúdos contra minorias, sejam elas étnicas ou religiosas, certo? A partir dessa lógica que parece até banal, Sadiq Khan, prefeito de Londres abriu sua palestra aqui em Austin lendo agressões que ele próprio recebeu através das redes sociais – Sadiq é o primeiro prefeito de origem muçulmana a governar a capital inglesa na história.
Para ele, a intolerância pode frear futuros talentos em múltiplas áreas e principalmente na política. Como um menino da periferia de Londres, muçulmano como ele, vai se sentir empoderado se até o prefeito da sua cidade recebe esse tipo de ameaças?
Sadiq reforçou a necessidade de maior controle para esse tipo de comportamento e fez duras críticas a Donald Trump, o que foi quase o esporte preferido dos speakers aqui no SXSW. Além disso, reforçou a importância da aplicação real de uma lógica de igualdade por parte dos políticos, promovendo o bem estar social em todas as áreas.
Uma das principais bandeiras de Khan acontece no campo da moradia popular – o prefeito tem números bastante consistentes nessa área – mas também está focando na inclusão de mulheres em faculdades de tecnologia, no envolvimento de artistas na ocupação da cidade e principalmente na acessibilidade, pois quer tornar Londres a cidade mais inclusiva do mundo.
Sadiq ganhou a audiência do Ballroom aqui no Convention Center defendendo a teoria da singularidade, falando em inteligência artificial e em machine learning para maior eficiência dos processos governamentais ainda hoje tão burocráticos.
No entanto, o prefeito fez um mea culpa gigantesco: “Somos, talvez, os grandes culpados pela falta de alternativas, pois assistimos sentados a revolução acontecer nos últimos anos. A tecnologia não pode vir apenas das empresas de tecnologia e dos inovadores, mas também dos políticos e dos governos”.
Sua palestra deveria abrir muitas sessões de câmaras municipais, estaduais e federais aqui no Brasil. Seria um começo.
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