Publicidade

SXSW é sobre empatia e precisava ser assim

Uma mulher negra, feminista, lésbica, militante dos direitos humanos e política foi assassinada no Rio de Janeiro, no dia 14 de março


19 de março de 2018 - 10h05

(Crédito: divulgação)

Nós, brasileiros, estamos passando por um momento tenso e delicado. Uma mulher negra, feminista, lésbica, militante dos direitos humanos e política foi assassinada no Rio de Janeiro, no dia 14 de março. E já que somos uma das maiores delegações no SXSW, por que não discutir o assunto? Foi criado então, às pressas, o painel “What #MariellePresente means to Brazilian music?”, com a presença de Liniker – figura combativa. Mesmo não podendo participar do painel, pois já estava em trânsito, eu me senti representada. E isso me fez refletir sobre um assunto que presenciei em vários painéis sobre conteúdo: a empatia.

Desde muito cedo sempre gostei de ler e contar histórias. Não à toa me formei em jornalismo. Apesar de ter ido para a área de marketing, o conteúdo ainda guia todas as minhas ações. Um bom storytelling é essencial para qualquer coisa, mas isso não é novidade. A novidade real é empatia.

Pode parecer clichê à primeira vista, mas a empatia é uma das coisas mais importantes pra mim, sempre foi. Se colocar no lugar do outro é mais significativo do que se pensa, é vital. Isso nos faz entender e respeitar as necessidades dos outros e nos coloca mais próximos em nossa humanidade.

No entanto, nunca levei isso muito a sério no âmbito do posicionamento de marca, mas, como vi muito no evento, humanizar a marca, trazendo adjetivos de pessoas físicas a ela, é necessário. E aí é preciso levar em conta não só informações gerais sobre o público que você quer atingir, mas o momento também.

Sei que pode parecer óbvio, mas você faz isso de fato? Na correria do dia a dia, entre prazos, lançamentos e projetos especiais, esquecemos que somos uma marca feita por pessoas e que se comunicam com outras pessoas. E seres humanos se comovem, ficam nervosos, se entediam e se interessam por conteúdos que abordam o universo em que vivem.

Falar sobre o caso da Marielle, um assunto que comoveu grande parte dos brasileiros, é agregar a empatia à experiência do participante do evento, entendendo o momento de uma parcela do público, atendendo às expectativas e interesses dessa parcela e discutindo um tema que precisa de visibilidade internacional.

O SXSW, realmente, não cansa de surpreender.

P.S: Sobre Marielle, ela era é vereadora pelo Rio de Janeiro e era relatora da Comissão da Câmara de Vereadores criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio. Ela foi morta por aqueles que ousava combater. Sua luta não pode ser esquecida.

Publicidade

Compartilhe

Patrocínio