Publicidade

O Dia Internacional da Mulher no SXSW 2019

Tem sido pauta do mercado de propaganda a falta de mulheres na liderança e, em especial, na minha área, a criação


9 de março de 2019 - 10h36

Nesse 8 de março, Dia Internacional da Mulher, vou ser obrigado a dar o destaque do dia para uma palestra de um homem: “The economic case for gender equality” (“O porquê econômico para a igualdade de gênero”, em tradução livre) de Alexander de Croo, Ministro das Finanças e Cooperação para o Desenvolvimento da Bélgica. De Croo fez uma apresentação empolgante e com dois argumentos contundentes: um econômico e o outro humano.

O argumento econômico é simples: igualdade de gênero traz mais desenvolvimento. Pesquisas mostram que 90% da renda que mulheres ganham vai para a família e para a educação dos filhos, enquanto para homens essa proporção é de apenas 60%. Ou seja, para governos, como é o caso da Bélgica, investir em mulheres simplesmente traz mais resultados.

O argumento humano é um pouco mais complexo, mas consiste em libertar os homens de uma série de estereótipos e expectativas, como o de uma carreira sempre trabalhando e longe da família. O ponto é desfazer a ideia limitada de que o avanço das mulheres significaria um possível encolhimento do papel e da importância dos homens na sociedade.

Ele lançou um livro sobre o tema, que foi direto para minha lista de leituras, “The Age of Women: Why Feminism also liberates Men” (“A Era das Mulheres: porque o feminismo também liberta os homens”, em tradução livre). O livro é fruto de trabalho teórico e prático, pois vem de pesquisas que serviram de base para a elaboração da política de desenvolvimento da Bélgica.

Tem sido pauta do mercado de propaganda a falta de mulheres na liderança e, em especial, na minha área: a criação. Vejo a discussão girar em torno de argumentos humanos, como a necessidade de acabar com o machismo entranhado na cultura das empresas, o que faz todo o sentido.

Mas o argumento também é e deve ser econômico. Assim como a experiência da Bélgica, um estudo da McKinsey também mostra que empresas mais diversas tem 21% mais chances de ter uma lucratividade acima da média. Não seria incrível a gente ser mais humano e ainda ganhar mais dinheiro com isso? Pensem nisso, homens.

Publicidade

Compartilhe

  • Temas

Patrocínio