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Pertencer ou se encaixar

Segundo Brené, independentemente das nossas escolhas durante o processo criativo e a vulnerabilidade que nos cerca, é preciso ter um ‘brain trust’


11 de março de 2019 - 18h59

(Crédito: SplitShire/Pixabay)

A palestra da pesquisadora e contadora de histórias Brené Brown foi emocionante e estimulante. O tema central foi sobre as relações humanas, acompanhado por sugestões de competências para que sejamos capazes de criar conexões numa era de tanta polarização. Para pertencer a si mesmo, antes de ser aceito pelos outros, é preciso ter coragem, curiosidade, integridade, generosidade e, principalmente, civilidade.

Segundo Brené, independentemente das nossas escolhas durante o processo criativo e a vulnerabilidade que nos cerca, é preciso ter um ‘brain trust’. Isto quer dizer, ter um grupo de pensadores como fonte de inspiração e confiança que, não necessariamente, precisamos conhecer.  Ela diz ainda que a liberdade adquirida ao sermos realmente verdadeiros conosco é inestimável; diferente de tentar se encaixar nos paradigmas da sociedade e, muitas vezes, não ser aceito. Hoje, no agora, é fundamental saber e ter opinião sobre tudo, mas com cautela, pois se o seu ponto de vista divergir da maioria, isso pode se tornar um problema. “If you are not with us, you are against us” (se você não está a nosso favor, está contra nós) é ou não é, sem meio termo ou dúvida.

A quantidade de energia desperdiçada com besteiras é, muitas vezes, maior do que o esforço despendido para a produção de algo relevante. Entretanto, o ser humano é paradoxal e este é um ponto significativo que merece ser mencionado. Ao mesmo tempo que entramos em combate, não queremos largar a mão um do outro. Nascemos com capacidade máxima de conexão interpessoal, mas esquecemos disso conforme vamos nos “desrelacionando”.

A sociedade cria cidadãos em uma cultura na qual temos que ser parte de algo importante e, para tanto, devemos ter competências e qualidades. Por isso, podemos estar frequentemente correndo perigo de trairmos a nós mesmos para nos adequarmos a certos padrões. E se pararmos para pensar na palavra “padrão”, ela corresponde a um modelo, algo a ser seguido pelo consenso geral; um comparativo com o outro, a todo tempo. Brené Brown enfatiza que precisamos aspirar por mais, ter coragem para contar histórias de forma efetiva, fiel, verídica, e não nos acomodar a simples moldes: “Tell the whole story with your whole heart”.

Ser você mesmo é o melhor caminho, apesar de não ser uma tarefa fácil. Solidão faz parte do processo e é primordial ter forças para encarar que, às vezes, o silêncio é a melhor solução. Se estivermos presentes no agora e tivermos empatia pelo próximo, haverá esperança para o mundo da nossa e das próximas gerações. Brené ainda diz que “Everyone’s heart had been broken”, isto é, somos formados por uma coleção de alegrias e dores e, até por isso, precisamos trabalhar a compaixão ao próximo. Encarar no olho, sem medo ou julgamentos, pois estamos todos juntos e assim devemos seguir.  “Yes, We Can!”.

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