O fator Humano
O dia de ontem leva a pensar sobre como usamos a tecnologia e a importância dos relacionamentos nessa nova era
O dia de ontem leva a pensar sobre como usamos a tecnologia e a importância dos relacionamentos nessa nova era
12 de março de 2019 - 12h19
Ontem foi um dia um pouco estranho aqui pra mim. O cansaço bateu. Fiz algumas más escolhas em palestras e o dia não foi tão produtivo quanto gostaria. Definitivamente fiquem longe de painéis. O assunto acaba ficando muito superficial. Ontem acabei assistindo 3 painéis porque não consegui entrar em 2 palestras que queria, e dos 3 só um realmente me trouxe coisas novas.
Enfim, acho que o assunto que ficou de ontem esta relacionado ao fator humano no nosso mundo, na sociedade, nas empresas, nesse universo tecnológico que estamos caminhando para onde a inteligência artificial vai dominar tudo, rever o fator humano, nossas relações, como usamos a tecnologia e a importância dos relacionamentos – acho que esse foi o tema de ontem.
Vi a palestra do Douglas Rushkoff para falar de seu livro Team Human, que por uma contradição só nos foi feita (a palestra) devido à tecnologia. Ele teve um problema de família e não pode viajar de ultima hora, então fez a palestra por Skype do seu escritorio em Nova York na sua casa. Mas falou muito de como a tecnologia está nos isolando como humanos, e nos privando de conexões realmente verdadeiras. Douglas que tornou a frase “social currency” conhecida, quer ver as pessoas interagindo mais e de uma maneira genuína e pessoal sem nos isolar um dos outros.
Mas a cereja do bolo de ontem ainda no mesmo tema fator humano foi a palestra do editor da life magazine, Bill Shapiro, sobre o livro “what we keep”. Uma jóia. Fiquei muito emocionada. entrevistou centenas de pessoas sobre o ‘um’ objeto que representa a vida delas. Pessoas que passaram por desastres em suas casas que perderam tudo, qual aquele único objeto que levaram como lembrança daquela vida passada. Ou o objeto que representa um rito de passagem, ou uma pessoa muito querida, ou uma conquista ou uma perda. Realmente me emocionou muito o livro e fiquei pensando comigo mesma que deveria fazer essa reflexão – qual é “o” objeto que representa a minha vida ? Vale a pena. Num mundo onde Marie Kondo se tornou uma celebridade e somos compelidos a jogar nossas coisas fora e nos dissasociarmos delas, aonde as pessoas moram em apartamentos de 40m2 e não tem mais espaço para guardar objetos físicos, ou onde todas as nossas fotos de família estão na nuvem, qual a nossa relação com objetos que tem um significado profundo, pessoal e emocional para nós ?
Vale a pena pensar nisso. O fator humano.
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